Constelação e RelacionamentosConstelação Familiar

Como constelar uma pessoa obsessiva

Lidar com uma pessoa obsessiva não é tarefa fácil fora do ambiente profissional, que dirá quando a pessoa em questão é seu constelado. Afinal, mesmo que se trate de um relacionamento difícil, encorajamos você a continuar investindo seu tempo e esforços nesse tipo de cliente. No post de hoje, trazemos algumas dicas para que você dê conta desse trabalho e também entenda um pouco melhor características de uma pessoa com alguma obsessão.

O que é a obsessão?

Quando você procura a palavra “obsessão” no dicionário, encontra a seguinte definição: apego exagerado a um sentimento ou ideia. Assim, de acordo com o que dizem muitos dicionários, temos que a pessoa obsessiva seria aquela apegada a alguma coisa ou alguém. Muitas pessoas até fazem um uso bastante comum do ajetivo “obcecado”, sinônimo de obsessivo, ao dizer que são obcecadas por um doce, uma série ou um artista.

No entanto, quando trazemos o termo para o vocabulário médico, vemos que a obsessão tem outro sentido. Inclusive, falar em obsessão nesse contexto é praticamente fazer referência ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Esse transtorno, por sua vez, ocorre por conta de um problema na interação de fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos. Essa interação motiva uma alteração no funcionamento do cérebro.

Por essa razão, a pessoa obsessiva é uma pessoa doente que é escrava de manias e rituais que ela não consegue controlar. Talvez aproximar-se de um constelado com esse problema já tendo em mente que ele tem um transtorno possa ajudar você a ter muito mais empatia. Muitas pessoas acabam se cansando de conviver com indivíduos que apresentam o problema, o que é inesperado na postura de um terapeuta.

Características da pessoa obsessiva

Agora que você já sabe que a obsessão é um problema de saúde mental, é importante aprender a reconhecer se de fato o seu constelado está doente. Há pessoas que acabam confundindo as atitudes da pessoa obsessiva com birra ou manias que podem ser controladas. É possível que esse seja o caso da pessoa com quem você está lidando. Contudo, também há a possibilidade de se tratar de alguém obsessivo mesmo.

Nesse contexto, vale saber que existem pelo menos 365 tipos de transtornos mentais que podem estar entre a birra e o TOC. Assim, sempre verifique se uma pessoa que se diz obsessiva foi diagnosticada como tal. Esse é o primeiro passo para verificar como lidar com esse indivíduo. Além disso, verifique se a pessoa apresenta algum dos sinais descritos a seguir:

  • alterações comportamentais (rituais ou compulsões, repetições, evitações);
  • mudanças mentais (preocupações excessivas, dúvidas, pensamentos impróprios, obsessões);
  • alterações emocionais (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão).
  • muitos medos e evitação das situações que possam provocá-los.

Sintomas comuns de obsessão e a diferença entre obsessão e ciúme patológico

Muitas pessoas que têm o TOC apresentam sintomas em comum. Apresentamos alguns deles mais abaixo, porém gostaríamos também de lembrar que nem sempre a obsessão é encarada como TOC. Por exemplo, muitas pessoas envolvidas em relacionamentos amorosos tóxicos muitas vezes são vítimas de parceiros obsessivos. Pode ser que você também venha a constelar filhos, cônjuges ou até pais de pessoas assim.

Além disso, é possível que o seu constelado seja uma pessoa obsessiva, mas cujo objeto de sua obsessão é totalmente diferente do que o problema de alguém com TOC. Veja, por exemplo, que essas pessoas não apresentam os sintomas abaixo:

  • medo de germes ou contaminação;
  • preocupação excessiva com limpeza;
  • preocupação excessiva com a segurança da casa;
  • pensamentos proibidos ou indesejados;
  • Pensamentos agressivos;
  • Amor à simetria.

As vítimas desse tipo de obsessão, por outro lado, estão preocupadas porque seu problema é não conseguir ir à faculdade com medo do outro. Filhos não conseguem desenvolver relacionamentos sadios com qualquer outra pessoa que não sejam a mãe ou o pai obsessivo. Ex-namorados continuam ligados pelo vínculo da obsessão de modo que se torna inviável sequer pensar em iniciar um novo relacionamento. Os traumas são extremamente profundos.

O ciúme patológico

Quando estamos lidando com esse tipo de vítima ou com o causador do problema, temos um caso de ciúme patológico. Essa patologia se caracteriza pelas idéias obsessivas, prevalentes ou delirantes sobre infidelidade. Por outro lado, o ciúme conhecido por todo mundo é apenas um sentimento. Assim, não é todo ciumento que se torna obsessivo e/ou capaz de fazer mal ao objeto de sua obsessão.

Contudo, quando você estiver envolvido com um caso de ciúme patológico, você não está lidando com o sentimento ciúme em um nível normal. Esse tipo de problema se manifesta em pessoas que estão também doentes, vítimas de outros transtornos mentais. Logo, também precisam de tratamento. Assim como no caso do TOC ou de qualquer outro problema do tipo, consiga um diagnóstico preciso para saber como tratar seu paciente.

Não mencionamos isso antes, mas o profissional mais qualificado para fazer esse tipo de diagnóstico é o psiquiatra. Você, na condição de constelador, não pode diagnosticar um paciente jamais. É o médico na especialidade de psiquiatria que tem características peculiares na sua formação e experiência que o qualificam para esse serviço.

A relação entre Constelação Familiar e obsessão

Como já mencionamos em diversos momentos aqui no texto, a constelação da pessoa obsessiva vai depender muito do diagnóstico que ela recebeu. Você, como constelador, não pode tratar uma pessoa que tem TOC da mesma maneira que vai tratar de uma vítima de agressão por ciúme patológico. Os problemas são completamente diferentes  e afetam os sistemas familiares de maneiras distintas.

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    Assim sendo, durante as primeiras sessões com o constelado, busque se inteirar do diagnóstico e de como é a vida diária da pessoa. Procure deixá-la confortável em sua presença e claro, deixe-a falar. Quando sentir que conseguiu material suficiente para pensar em um técnica de Constelação para aplicar, estude. Confira se sua estratégia tem potencial para ser efetiva!

    Vítimas de agressão podem se sentir muito invadidas diante de um episódio de constelação em grupo. Assim, é possível que seja mais interessante realizar uma sessão com bonecos a fim de ver sua aceitação. Por outro lado, pode ser interessante para um casal com problemas participar de sessões em conjunto. A escolha de como será o andamento do tratamento vai nascer da sua sensibilidade e empatia para com o caso.

    Considerações finais sobre a constelação da pessoa obsessiva

    Esperamos ter deixado claro com esse texto que constelar uma pessoa obsessiva não é uma tarefa fácil. Em primeiro lugar, é necessário fazer um esforço para obter o diagnóstico médico.  Como o TOC e o ciúme patológico apresentam a obsessão em comum, é possível acabar confundindo as coisas. Por isso, para saber mais sobre dilemas como esse, não deixe de se especializar em nosso curso de Constelação Clínica 100% online!

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