O conceito de campo familiar pode parecer estranho para quem não está acostumado com o vocabulário próprio da Constelação Familiar. Neste artigo, explicaremos o que esse termo significa para que você evite confusões!
Para começo de conversa, entenda brevemente como a Constelação Familiar funciona
Antes de sequer falarmos em campo familiar, entendemos que é importante contextualizar nossos leitores no que é a Constelação Familiar de Bert Hellinger.
Em linhas gerais, trata-se de uma prática terapêutica que faz parte do campo das psicoterapias. Isso significa que,a partir da Constelação, objetiva-se tratar problemas de ordem psicológica e emocional. São exemplos disso:
- ansiedade,
- estresse,
- problemas conjugais,
- conflitos entre pais e filhos.
Ademais, a Constelação parte de uma perspectiva de trabalho que envolve a busca do equilíbrio dos sistemas familiares. Por esse motivo, a psicoterapia também pode ser chamada de “Constelação Sistêmica” ou, ainda, “Organizacional”.
Seus princípios e resultados afetam não apenas indivíduos e famílias, mas qualquer tipo de ecossistema envolvendo pessoas, como escolas, empresas e outros tipos de organização.
Idealizador
O idealizador da Constelação Familiar e de como ela se realiza hoje foi o psicoterapeuta alemão Bert Hellinger.
Em sua experiência de vida enquanto ex-combatente do exército, padre e educador em vários lugares do mundo, Hellinger acumulou conhecimento suficiente para elaborar princípios de convivência entre pessoas de um mesmo sistema.
Para ele, se os princípios e leis de um sistema não são respeitados, toda a organização passa por um estado de desequilíbrio que pode ser sentido por gerações.
Ademais, esse desequilíbrio se manifesta de várias maneiras e afeta pessoas que aparentemente não têm nada a ver com o problema inicial.
Dessa forma, assim que consequências indesejáveis começam a aparecer, é necessário realizar sessões para investigar onde está o ponto que iniciou os problemas organizacionais.
Princípios
Nesse contexto, destacamos brevemente os princípios centrais da Constelação Familiar. Tendo feito isso, entender o conceito de campo familiar será mais fácil.
Os princípios da Constelação são chamados de Leis do Amor e são 3:
- 1 – Pertencimento: todas as pessoas têm o direito de pertencer ao sistema familiar em que nasceram;
- 2 – Ordem: é necessário reconhecer e respeitar a ordem de chegada de cada membro dentro de um mesmo sistema;
- 3 – Equilíbrio: deve haver equilíbrio entre os membros do sistema.
Cada uma dessas leis conta com uma série de especificidades e merecem uma reflexão mais demorada que a oferecida neste artigo.
Por essa razão, recomendamos que leia mais sobre elas nos artigos que preparamos sobre cada uma e publicamos no blog.
Sessões
Por fim, antes de falarmos no campo familiar, precisamos explicar como funciona o tratamento de desequilíbrios em um sistema.
Essa análise é feita com o auxílio de um ou mais membros do sistema em dois tipos de modalidade de sessão de constelação: individual ou em grupo.
Logo você verá como o campo familiar é importante para o desenvolvimento das sessões, já que até mesmo pessoas que já faleceram há muito tempo precisam fazer parte do processo de cura.
Individual
Nas sessões individuais, é comum que o profissional constelador faça perguntas ao cliente a respeito do problema e do sistema a que essa pessoa pertence.
Esses questionamentos podem ser doloridos, pois fazem a pessoa relembrar momentos com pessoas com que um relacionamento foi cortado há anos. Inclusive, o relacionamento pode ter sido interrompido devido à morte de um ou mais membros da organização familiar.
A compreensão do sistema se dá por meio de bonecos que representam os demais integrantes do sistema.
Em grupo
Por outro lado, na constelação em grupo, pessoas desconhecidas assumem o papel de representantes dos sistemas umas das outras.
Veja que, quando pessoas já mortas ou com quem se perdeu o contato não podem participar da sessão, é possível acessá-las em um outro tipo de dinâmica que traz um peso emocional semelhante ao que se esperaria se essas pessoas estivessem realmente ali.
Além disso, os participantes da modalidade grupal têm a oportunidade de trazer seus próprios insights para cada problema apresentado. Assim sendo, o processo enriquece a experiência para todos os presentes.
Um profissional constelador faz a mediação da sessão.
O que é campo familiar?
Agora que nossos leitores foram devidamente introduzidos aos pontos centrais da proposta de Bert Hellinger, podemos falar de campo familiar. Resumidamente, o campo familiar é um campo mórfico que atua sobre os participantes de um mesmo sistema.
Como o conceito de campo mórfico não é trivial, falamos um pouco sobre ele mais abaixo e discutimos sua aplicação dentro da constelação familiar em seguida.
Os campos morfogenéticos de Rupert Sheldrake
O responsável pela teoria de campos morfogenéticos foi o biólogo Rupert Sheldrake. De acordo com ele, os seres vivos são capazes de transmitir informações não materiais por ressonância mórfica.
Ou seja, pensamentos e outras questões podem ser coletivizadas entre os seres de um mesmo sistema por gerações. O lugar em que isso se dá é o campo mórfico ou morfogenético.
Nesse contexto, tudo que alguns seres dentro desse campo vivenciam, aprendem ou trazem para seu comportamento pode ser perpetuado para as gerações seguintes deste mesmo sistema.
Os campos familiares na Constelação de Bert Hellinger
Ora, trazendo o conceito de campo mórfico para a Constelação Familiar, o campo familiar se torna uma ideia muito mais clara.
Inclusive, a proposta dos campos morfogenéticos de Sheldrake é uma referência confirmada no processo de elaboração da Constelação enquanto psicoterapia.
Quando os integrantes de um sistema respeitam ou desrespeitam os princípios que deixam o sistema equilibrado ou desequilibrado, os resultados dessas escolhas podem ser sentidos por gerações.
Dessa forma, faz sentido que o constelador analise um sistema de maneira holística, considerando o máximo de gerações possíveis.
Considerações finais sobre o campo familiar
O conceito de campo familiar na Constelação Familiar parece difícil de compreender, mas é simples. Você viu que as partes integrantes de um mesmo sistema podem transmitir decisões e aprendizados para seus descendentes via campo morfogenético.
Dessa forma, não adianta olhar para pontos de desequilíbrio em um sistema familiar apenas considerando o seu estado atual. Há interferência das gerações anteriores em problemas da atualidade, o que pode afetar uma ou mais pessoas e relacionamentos.
Vale lembrar
Mais interessante ainda, relembramos que os mesmos princípios que trazem desequilíbrio para famílias, também desequilibram outros tipos de organização. Escolas, empresas e até mesmo questões do âmbito jurídico se tornam mais simples de resolver quando os princípios da Constelação são respeitados.
Por esse motivo, a psicoterapia tem se difundido cada vez mais não só como um tratamento para famílias, mas para pessoas que se unem com um propósito em comum.
Caso queira saber mais sobre como funciona o campo familiar, convidamos você a se matricular em nosso curso online de Constelação Clínica, no qual abordamos princípios teóricos e analíticos da psicoterapia de Hellinger para que você constele vidas!
One thought on “O que é campo familiar para a Constelação”
Meu filho é extremamente ansioso e acho que está com problemas de confiança.
Queria buscar algo que o ajudasse mais, além da psicoterapia, e acredito que constelação seria de muita eficácia!
Vou ler mais artigos sobre em seu site, obrigado!