Constelação e Relacionamentos

Significado de ser pai para a Constelação

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Muito se fala da mãe nas relações familiares. Mas e quanto ao pai? Qual o papel do pai em um sistema familiar? Qual o significado de ser pai para a Constelação Familiar e Sistêmica? Continue a leitura e descubra tudo!

Sobre o significado de ser pai

A paternidade envolve não somente a questão de ser um pai biológico. Mas também do papel de uma figura masculina dentro de uma relação familiar. Alguns “pais” estão representados pelos avôs, tios, irmãos mais velhos e padrastos. 

Mesmo havendo representações dessa “paternidade”, na figura de um pai  biológico, ele faz parte do passado de todos. Mesmo que ele não seja presente na vida dos filhos.

Muitas mães tentam complementar a figura do pai no ambiente familiar. Por exemplo, quando o pai biológico faleceu ou, simplesmente, se recusou a ser um pai presente.

A seguir, serão abordadas sete características de ser pai. Elas estão fora de uma ordem de importância, mas tornam-se idealmente os sete pilares para que a relação paternal seja vivida em toda a plenitude possível.

Significado de ser pai: o primeiro pilar de ser pai é dar o exemplo 

Alguns especialistas afirmam que até os sete anos de idade, a criança está, por assim dizer, em um estado de hipinose. Consequentemente, como afirmam os neurocientistas, a criança absorve 99,9% do que está a sua volta e isso envolve o comportamento de seus pais. 

Portanto, é um período de grandes avanços no aprendizado regular no colégio, mas também na vida familiar, bem como,  desenvolvimento emocional e de formação do caráter. Pela observação, mesmo que não direta, não verbal, insconscientemente a criança está sendo moldada. 

Assim,  reforçando traços de personalidade advindos dos pais, tais como gestos, comportamentos, palavras, entonações de fala etc. Isto fica mais forte ainda quando se analisa pela ótica freudiana do Complexo de Édipo, em que o filho, “para conquistar a mãe”, espelha-se no comportamento do pai, visando superá-lo nessa inconsciente disputa pela mãe. 

Visão do terapeuta sobre a paternidade

Como terapeuta, mais precisamente hipnoterapeuta, observo clientes que descrevem que seu pai era depressivo, tal qual eles são. Também outros que são inseguros ou agressivos, assim como o pai.

Alguns dizem acreditar que tal aspecto de “caráter emocional” seja algo genético, transmitido de pai para filho, pelo DNA. Mas, na verdade, a transmissão ocorreu pelo “exemplo” continuamente oferecido pelo pai, principalmente no período de vida que compreende de zero aos sete anos de idade. 

Tendo conhecimento  de todo esses fatos e conhecimentos, ser pai revela-se também o constante policiar-se, evitando revelar seus defeitos na frente dos filhos e exprimindo mais as qualidades, principalmente, até os sete anos de idade.

Significado de ser pai: o segundo pilar é estar presente nos momentos decisivos e marcantes para o(a) filho(a) 

Ser pai não é, ou pelo menos não deveria ser, estar presente 100% do tempo. Dizendo o que fazer ou orientando a todo o momento, pois isso atrapalha a criatividade, a capacidade de decisão, de escolhas, de imaginação, de livre arbítrio.

Uma filha que tem o seu pai presente na primeira apresentação como bailarina, recordará, mesmo que apenas emocionalmente, por toda a sua vida. E, se no futuro, for bailarina profissional, isso será a base emocional de segurança para o seu desempenho. 

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    Por isso, o pai deve saber identificar os momentos que são importantes para os filhos, e fazer-se presente. Isto sempre com um belo sorriso no rosto e demonstrando orgulho do(a) filho(a). Ainda que naqueles episódios que ocorrem dentro de casa, quando um(a) filho(a) apresenta o seu primeiro desenho, em forma de rabiscos e aguarda, olhando para o pai, a sua aprovação.

    A terceira característica de ser pai é ser um professor da vida 

    Ser um professor significa conversar, ouvir e transmitir experiências. Entretanto, não com o objetivo de que seus filhos façam tudo da mesma forma que é dito, mas como forma de subsídios internos que deem suporte na tomada de decisão e escolhas. Lembrando que é bom contar a história de sua vida, os percalços, os problemas, erros e acertos, com vistas a transmitir sabedoria acumulada.

     Isso servirá como um banco de dados na mente para que o indivíduo possa ter autonomia para

    • tomar decisões;
    • fazer escolhas;
    • dizer não;
    • tornar-se melhor; e,
    • seguir sua vida da melhor forma possível.

    A quarta característica de ser pai é ser amigo dos filhos

     É crucial que haja a figura do pai amigo na vida do filho. É importante existir uma via de diálogo e de compreensão, e não tão somente sujeito que se apresente austero a ditar ordens, criticas e se coloca sempre de maneira distante.

     Quanto mais próximos os pais estiverem de seus filhos, maior a confiança mútua. Se esta “porta” estiver fechada, ela será aberta apenas aos amigos e, dependendo das amizades, elas podem conduzir os filhos para caminhos contrários à boa educação familiar.

    Assim, ser amigo é confidenciar dificuldades, é pedir ajuda, é ser compreensivo, ajudar quando necessário e quando for solicitado. É oferecer o ombro para que o amigo seja consolado. Esse papel também deve ser exercido pelo pai, seja qual for a idade dos filhos.

    O quinto pilar do significado de ser pai é a franqueza

     Uma relação entre pai e filho construída com mentiras e omissões constantes é como um edifício construído sob a areia. Algum dia vai ruir e desmoronar. Alguns pais consideram que pequenas mentiras não fazem mal a uma relação, já que é para um bem maior, ou seja, a felicidade dos filhos.

    Contudo, quando a relação de confiança é estremecida, dificilmente o pai ainda terá uma palavra de credibilidade junto aos filhos. Portanto, é de suma importância ser verdadeiro. Uma conversa sincera pode fazer “doer” na hora, mas cria um efeito psicológico de confiança para todos os momentos futuros.

    A sexta característica de ser pai é saber perdoar 

    Algumas situações da vida são caminhos que trilhamos de forma única, são nossa história. Às vezes, ocorrem separações entre casais, traições conjugais, brigas, disputas emocionais e financeiras. Como diz o ditado popular: errar é humano! 

    Sendo algo de nossa natureza, ou seja,  do processo de evolução como seres humanos, os erros são oportunidades para evoluir. Utilizando uma “ferramenta” de reparação emocional formidável que é o perdão. Assim, perdoar é deixar para trás os sentimentos ruins. É viver o momento presente, o aqui e o agora, sem âncoras no passado. 

    Isto é, pais e filhos brigam. Faz parte de nossa natureza humana. Porém, deve ser exercitado o perdão em todas as oportunidades, em prol da felicidade, objetivo maior de todos nós ao nascer nesse mundo.

    A sétima característica é amar incondicionalmente

     Deixei para abordar a mais importante das características no final do texto. Fiz isso para que ficasse indelevelmente assinalada em sua mente quanto leitor. 

    O Amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (I Cor 13:7). 

    Este trecho da Bíblia Sagrada oferece algumas características do Amor Ágape, aquele incondicional. Ser pai deve ser encarado como uma missão divina. Ajudar uma nova vida que se inicia a conquistar a felicidade sobre a Terra, mesmo que ocorram desavenças. 

    Mesmo que o(a) filho(a) não reconheça esforços, mesmo que tenha que esperar um reconhecimento tardio, mesmo que tenha que suportar o próprio desamor do(a) filho(a). Essa característica estará presente no pai e essa característica somente será entendida, quando, no caso do filho, tornar-se pai.

    Conclusão

    Quando uma ou mais características dessas não estão presentes na relação de pai e filho, pode ocorrer a necessidade de compensar ou equilibrar isso em uma relação futura, dentro de sua família.

    A ausência do amor paterno pode transmitir ao filhos os mesmos problemas que o pai apresentou. Quando não conseguiu expressar essas características na família.

    Assim, a Constelação Familiar e Sistêmica pode cuidar desses emaranhados, dessas compensações, libertando pelo reconhecimento de que somos únicos, individuais. Ou seja, que não necessitamos reprisar o que nossos ancestrais fizeram de errado. Isso é libertador!

    O artigo presente foi desenvolvido por Welber Alves Costa, aluno do curso de Constelação Clínica.

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