A constelação familiar faz parte de minha vida há bastante tempo, apesar de só mais recentemente eu ter decidido estudar a área. Iniciei buscando resolver um problema no casamento, um choque muito grande de um divórcio.
Este meu depoimento irá trazer este momento de transição, entre o meu divórcio e minha volta por cima em termos de pessoal e de profissão.
Divórcio: significado na Constelação Familiar
Já no primeiro contato, percebi o quanto o meu racional enganava a mim mesma sobre meus reais desejos e percepções. Eu fiz a constelação imaginando ver problemas sim, mas que fossem possíveis de serem resolvidos.
Mas a realidade me mostrou que eu sequer deseja estar ali naquela situação, quanto mais prolongá-la. Ou seja, a representação me mostrou o quanto aquilo tudo já estava me fazendo mal e que era hora de largar a parte dos outros com os outros.
Desse momento em diante, as participações em Constelação foram compreendidas de maneira a perceber coisas que eu ainda não tinha visto. Quero entender o que eu estou fazendo e pra onde devo ir.
Estive em um momento de grande estagnação na vida profissional. Nada dava certo.
O surgimento de questionamentos acerca da minha vida
Eu já não conseguia mais atuar como professora. Esta tinha sido a única profissão definida que eu havia tido até aquele momento. Por isso, adoeci.
Ao buscar a resposta, a Constelação me mostrou que eu mesma continuava olhando para o passado, para meu casamento fracassado. Estava tentando realizar sozinha os sonhos que moveram aquela união.
Daquele dia em diante, passei a me perguntar o que eu realmente queria. Isto é, o que eu realmente gostava de fazer e quem eu era por mim mesma.
Então, as coisas passaram a acontecer. Passei a aceitar a fase profissional e os seus desafios. Também descobri uma nova profissão. Hoje, desempenho essa função juntamente com a docência. Assim, trabalho com as coisas que amo.
A importância de se questionar a respeito de sentimentos ruins
A constelação me ajuda perceber que na convivência com os alunos, pessoas em geral, sempre pode haver alguém que nos remeta a:
- traumas;
- angústias;
- tristezas;
- apatia;
- desconfiança dos outros;
- perda de empatia.
É interessante lembrar também que qualquer antipatia deve ser questionada: o que há aqui que me causa isso?
As três leis do amor
Passei a aplicar, dentro dos limites de minha inicial compreensão, as leis ou ordens do amor, segundo Bert Hellinger: a hierarquia, pertencimento e equilíbrio.
Aplico essas leis procurando argumentar racionalmente. Respeitando-as, além é claro de seguir as ordens da ajuda, também de Bert Hellinger.
Essa percepção ajuda muito na conversa com pais, crianças, adultos, colegas.
A dificuldade de desfazer um emaranhado
Acabei sendo coordenadora de um setor de revisão linguística. Procuro sempre administrá-lo com respeito para que a vida se torne mais fluida. Além disso, todo e qualquer travamento de fluxo é por mim questionado do ponto de vista das 3 leis. Isso, com o intuito de aprender o que o desafio traz de ensinamento.
Em caso familiar, a constelação trouxe, lentamente reposicionamento dos mais drásticos. Eu descobri que não respeitava minha mãe e me vinculava emocionalmente a meu pai. Não foi e não é fácil desmanchar esse emaranhado, é uma busca ainda.
No entanto, hoje já temos um comportamento de família, cada um no seu lugar.
A constelação familiar é um grande guia também nos atendimentos que tenho na casa espírita.
Atendo em conversas fraternas as pessoas angustiadas, com brigas em casa, desentendimentos.
A Constelação e o divórcio
As leis da constelação entram na exposição de um novo ponto de vista para essas pessoas que procuram ajuda. Assim, procuro mostrar que depende delas e de sua capacidade de trazer no coração as pessoas para a situação mudar.
Procuro mostrar de fato que família é pra ser respeitada em sua hierarquia e que um divórcio não tem o poder de jogar tudo abaixo.
Conclusão
A constelação ensina que todas as pessoas devem ter um lugar em nosso coração e que mesmo depois de um divórcio a vida precisa seguir.
- Que cada pessoa da família tem sua posição hierarquicamente definida.
- Que o perdão é a melhor solução.
- Que as atitudes devem ser compensadas;
- Que o equilíbrio na doação deve ser preservado.
Isso nos ensina a não carregar culpas, mas buscar por novas percepções. Elas ampliarão a capacidade de ação diante da vida. Seguir em frente sempre!
Você ou alguém próximo já passaram por problemas acarretados pelo divórcio? Conte pra gente como os fatos se deram e fique à vontade para fazer qualquer pergunta.
O artigo foi escrito com a colaboração de Janine Maccari, exclusivamente para o blog Constelação Clínica. Matricule-se no curso de Formação Constelação Familiar e Sistêmica, em EAD. Entenda, pratique, torne-se constelador(a)! O curso vai lhe ajudar em relacionamentos com a sua própria família, além de habilitar você a ajudar outras pessoas.