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Automutilação: definição, exemplos e tratamento

Nunca se falou tanto sobre saúde mental como agora. Porém, algumas coisas ainda são encaradas como tabus e entender o que é e como tratar é ainda mais importante por essa razão. Um desses tabus é justamente a automutilação.

Nesse artigo, vamos falar sobre a definição para o termo. Além disso, discutiremos suas possíveis causas, faixa etária mais afetada, sem deixar de considerar também fatores de risco e sintomas. Ademais, abordaremos alguns exemplos e falaremos do tratamento mais adequado para quem sofre com o problema.

No entanto, antes de tudo, é preciso dizer que a automutilação é uma coisa séria. Não devemos estigmatizar as pessoas que sofrem com esse transtorno. Nós precisamos ajudar.

Definição de automutilação

De modo simples, entenda a automutilação como o ato de provocar ferimentos físicos em si mesmo. Esses ferimentos são provocados de maneira consciente. Ou seja, a pessoa os faz por vontade própria. Nos próximos tópicos falaremos das motivações que levam a isso.

Além de causar dor, essa prática é algo não habitual. Isso significa que não é algo que somos instruídos a fazer no dia a dia. Dessa forma, a pessoa que adota tal hábito são pessoas diagnosticadas com transtornos psiquiátricos.

Possíveis causas

Como dissemos, a automutilação não acontece sozinha. Ela é um transtorno que pode ser associado a outros transtornos mentais. Esses transtornos provocam desequilíbrio no cérebro e a pessoa perde o controle dos impulsos. Alguns dos transtornos que podem causar a automutilação são:

  • Transtorno da personalidade borderline;
  • Depressão;
  • Abuso de substâncias como drogas e bebidas alcoólicas, sendo quando este último alcança o nível de alcoolismo;
  • Transtornos alimentares, como bulimia e anorexia;
  • Psicose;
  • Transtornos de personalidade antissocial.

Outra possível relação é feita com casos de distúrbios neurológicos ou metabólicos. São exemplos:

  • Siringomielia: distúrbio que causa a formação de cistos na coluna;
  • Síndrome de Tourette: desordem neurológica;
  • Autismo: distúrbio que causa problemas sociais, comportamentais e de fala;
  • Síndrome de Lesch-Nyhan: distúrbio genético.

Fatores de Risco

Além das causas ditas acima, há alguns fatores que aumentam a probabilidade do transtorno. Dessa forma, tendo desenvolvido algum transtorno, essas condições aumentam a chance de recorrer a automutilação. Por isso, dentro de um tratamento, é importante comunicar ao médico caso se tenha passado por alguma das situações. abaixo listamos algumas delas:

  • Transtorno de estresse pós-traumático;
  • Abuso sexual, físico ou emocional durante a infância;
  • Casos de violência ou abuso por parte de membros da família em casa.

Além disso, mulheres e adolescentes têm mais probabilidade de cometerem automutilação.

Faixa etária de risco

Como dissemos acima, a faixa etária de risco para a automutilação é a adolescência, como pode ser visto na matéria jornalística linkada mais acima. Muito embora as pessoas não divulguem essa prática, essa é uma inferência que pode ser feita.

Como dissemos, por mais que estejamos falando mais sobre depressão, suicídio e doenças mentais, o tema ainda é tabu. Consequentemente, não é de se estranhar que as pessoas tenham vergonha e, até, medo de contar que o fazem. Inclusive, é o medo e vergonha dos outros que motiva a escolha dos locais dos ferimentos. Sendo eles, majoritariamente, em locais escondidos.

A descoberta dos ferimentos e do comportamento, geralmente, só ocorrem quando há intervenção médica. Ou seja, a pessoa precisa fazer algum exame ou quando o próprio ferimento exige ajuda médica.

Em relação a essa ser a faixa de risco, podemos associar o motivo as mudanças que acontecem nessa idade. São mudanças sociais, biológicas, psicológicas e familiares. Tudo é muito intenso e podem ocorrem ao mesmo tempo. Consequentemente, muita carga para se lidar quando a saúde mental não é priorizada.

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    Além disso, outro fator que pode corroborar para o desenvolvimento do transtorno é a influência externa. Casos como a Baleia Azul, ou fóruns de promoção ao suicídio na internet podem potencializar a questão. Afinal, uma pessoa que está passando por conflitos e tem poucos recursos emocionais é facilmente influenciada. Dessa forma, fica evidente o quanto é preciso atenção e cuidado com essa faixa etária.

    Sintomas

    Assim como outras doenças, a automutilação deixa sinais e tem sintomas. Listamos aqui alguns para que eles não passem despercebidos:

    •  Cicatrizes, inclusive, não é raro que essas sejam brancas e se pareçam com riscos;
    • Cortes, arranhões, hematomas ou outras feridas e que geralmente são justificadas por quedas, arranhões de gatos;
    • Fricção excessiva de uma área para criar uma queimadura;
    • Objetos afiados na mão;
    • Uso excessivo de mangas compridas ou calças compridas, mesmo em climas quentes, que são estratégias para esconder as marcas;
    • Dificuldades nas relações interpessoais;
    • Perguntas persistentes sobre identidade pessoal. Por exemplo, ela pergunta constantemente “quem sou eu?”, “o que estou fazendo aqui?”;
    • Instabilidade comportamental e emocional, além de impulsividade e imprevisibilidade;
    • Constantes declarações de desamparo, desesperança ou inutilidade, seja pessoalmente ou virtualmente;
    • Registros dos seus sentimentos, como diários, textos em redes sociais.

    Alguns desses sintomas não são exclusivos a automutilação. Porém, em todos os casos há necessidade de cuidado. Por isso, se alguém que você conhece apresenta algum deles, procure ajudar.

    Exemplos de automutilação

    Como dissemos, a automutilação geralmente é feita de forma escondida. Porém, em alguns casos pode ocorrer de forma pública ou em grupos. Esses ocorrem para incentivar que outros também experimentem a dor. Além disso, geralmente as marcas são feitas de forma controlada ou ritualística que muitas vezes deixa um padrão sobre a pele.

    Diagnóstico

    Nós comentamos que a pessoa que se automutila sente-se envergonhada e culpada. Consequentemente, ela busca esconder suas marcas. Por esse motivo, é difícil de diagnosticar o transtorno. Sendo que um médico pode ser o primeiro a ver o dano físico. Mas para estabelecer o diagnóstico, os sintomas devem apresentar alguns critérios.

    • Preocupação com o dano fisicamente provocado;
    • Impossibilidade de resistir a comportamentos que mutilam e que resultam em lesões nos tecidos;
    • Aumento da tensão antes da automutilação e sensação de alívio após o ferimento;
    • Ausência de intenção suicida na automutilação.

    No entanto, é preciso dizer que o diagnóstico preciso deve ser feito por um psiquiatra ou psicólogo. Esses são os profissionais que poderão avaliar a presença dos outros transtornos mentais. Dessa forma, o tratamento pode ser mais efetivo.

    Tratamento

    Assim como o diagnóstico, o tratamento para a automutilação deve ser médico e psicológico. Assim, torna-se possível a administração de medicamentos durante o processo.

    Tratamento Psicológico

    Este tratamento pode ser feito em grupo ou de maneira individual. O foco do tratamento é a dificuldade emocional, os traumas e os distúrbios subjacentes do paciente. Dessa forma, durante as sessões a pessoa será conduzida a expressar os problemas e encontrar soluções.

    Além disso, podem ser inclusos terapias comportamentais cognitivas e de Constelação familiar. Sendo todas essas técnicas ferramentas para identificar e trabalhar as motivações da automutilação.

    Tratamento médico

    Um médico pode indicar uma intervenção imediata para evitar danos mais graves por ingestão, lesão ou outras causas. Isso além de prescrição de medicamentos.

    Comentários finais sobre automutilação

    O debate sobre a automutilação é muito importante. Afinal, uma pessoa com esse transtorno precisa de ajuda. E como dissemos, a constelação familiar é uma ferramenta nesse processo.

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