Mentes que amam demais é uma obra essencial para a atualidade. Isso porque, a autora Ana Beatriz Barbosa fala sobre o transtorno de personalidade borderline. Então, para conhecer sobre este assunto, destacamos 6 ideais tratadas no livro. Confira!
Mentes que amam demais Ana Beatriz
Para começar, precisamos falar sobre a autora. Assim, Ana Beatriz Barbosa Silva é uma psiquiatra brasileira formada pela UERJ. Sua pesquisa visa o estudo do comportamento humano. Desse modo, a Dra. Ana Beatriz é referência no Brasil no tratamento de transtornos mentais.
Por isso, Ana Beatriz é consultora do programa “Mais Você” na Rede Globo. Ainda, prestou consultoria para a construção de personagens em diferentes novelas da emissora. Ademais, faz palestras e autora de outros livros, como “Mentes inquietas”, “Mentes ansiosas” e “Mentes perigosas”.
Livro Mentes que amam demais
Publicado em 2018, “Mentes que amam demais: o jeito bordeline de ser”, a autora explica de forma acessível esse transtorno de personalidade. Para resumir, Ana Beatriz afirma que ciúmes, raiva, impulsividade, baixa autoestima, instabilidade e o medo da rejeição definem o “jeito borderline de ser”.
Nesse sentido, para aprofundarmos as ideias, mostraremos a seguir 6 ideias desenvolvidas pela médica psquiatra.
1. O que é o transtorno de personalidade borderline?
Para começar o livro, Ana Beatriz explica o que é personalidade. Em seguida, trata em específico, da personalidade borderline. Segundo ela,
Todos nós apresentamos momentos de explosões de raiva, tristeza, impulsividade, teimosia, instabilidade de humor, ciúmes intensos, apego afetivo, desespero, descontrole emocional, medo da rejeição, insatisfação pessoal. E, quase sempre, isso gera transtornos e prejuízos para nós mesmos e/ou para as pessoas ao nosso redor. Porém, quando esses comportamentos disfuncionais se apresentam de forma frequente, intensa e persistente, eles acabam por produzir um padrão existencial marcado por dificuldades de adaptação do indivíduo ao seu ambiente social.
Dessa forma, os borders, vivem suas emoções de maneira intensa. Ainda, por trazer características de outros transtornos, como TDAH, bipolaridade e transtornos de ansiedade e depressão, o diagnóstico nem sempre é preciso.
Por isso, é preciso observar as variáveis e comportamentos das pessoas. Mesmo porque, essas pessoas se sentem incompletos e em constante conflito consigo mesmas.
2. Principais dinsfunções
Nesse sentido, listaremos as principais disfunções desse transtorno, assim como as suas principais características.
Mentes que amam demais: disfunção emocional
- Hiperatividade emocional;
- emoções dúbias e conflitantes;
- instabilidade afetiva;
- humor e equilíbrio emocional em constante oscilação;
- ira intensa e inapropriada;
- agitação física;
- sentimento de vazio ou tédio.
Dinfunção cognitiva
- Incapacidade de manter os pensamentos estáveis;
- dificuldade de aprender com as experiências passadas;
- autoimagem instável e com características extremas;
- pensamentos antecipados de abandono;
- dificuldade de concentração;
- pensamentos envoltos em autorreprovações e autocríticas;
- baixa tolerância à frustração;
- ideias paranoides transitórias.
Disfunção comportamental
- Necessidade de controle externo;
- padrões de aparência oscilante;
- brigas e conflitos frequentes;
- comportamento recorrente de automutilação ou tentativas de suicídio;
- relações interpessoais intensas e caóticas.
3. Transtorno borderline na adolescência
A autora afirma que, as características do transtorno podem aparecer precocemente. Então, na adolescência, os sintomas podem ser ainda mais intensos, visto que essa fase já é marcada por diversas transformações.
Nesse sentido, Ana Beatriz orienta a entender o que está por trás de cada ação do jovem. Ou seja, identificar se seus ataques de fúria, por exemplo, têm origem em uma frustração real ou imaginária.
Portanto, os pais devem evitar fazer julgamentos precipitados sobre seus filhos. Assim, não devem chamá-los de rebeldes e insesíveis em relação aos esforços que fazem. Como resultado, a relação se torna cada vez mais difícil e distanciada.
4. Como prevenir os ataques de fúria
Segundo a autora, “os acessos de fúria dos adolescentes borders costumam ser apavorantes e muito estressantes para toda a família.” Por isso, há um esgotamento de todos, mas Ana Beatriz dá dicas para prevenir tais ataques.
Desse modo, a hiperatividade mental deve ser canalizada em outras atividades saudáveis. Logo, atividades físicas podem ser:
- caminhadas ou corridas ao ar livre;
- exercícios de maior intensidade, como dança ou lutas;
- esportes de alta concentração, como vôlei, tênis ou natação.
Ademais, práticas de relaxamento e meditação visam efeitos positivos para a mente e comportamento. Por isso, técnicas de ioga, respiração diafragmática e cantoterapia ajudam a aliviar os sintomas. A autora ainda chama a atenção dos pais para que tenham paciência e que tenham uma escuta atenta para ajudar seus filhos.
5. Mentes que amam demais: orientações para os casos de autoflagelo
Como dito antes, os borders têm o hábito de automutilação. Isso porque, segundo a médica, “quando se autoflagelam, sentem um pouco de dor no início, mas logo surge um “bem-estar” que alivia a dor interna que os tortura.” Por isso, os pais precisam ficar atentos se os filhos:
- passam muito tempo no banho ou isolados em seus quartos;
- costumam usar blusas de manga comprida, mesmo no calor;
- evitam ir à praia e outros locais onde seus corpos ficarão expostos;
- compram repetidamente produtos antissépticos, utilizados para curativos em geral;
- costumam ter a presença de tesouras, lâminas, giletes, alfinetes ou facas em seus armários ou gavetas.
Porém, nos casos mais graves, os jovens que possuem esse transtorno podem cortar tendões ou vasos sanguíneos. Então, os responsáveis precisam levar a pessoa ao hospital para fazer suturas ou curativos. Ainda, a imunização para tétano.
6. Mentes que amam demais: as mães borderlines
Por mais que o maior foco tenha sido os filhos, Ana Beatriz também aborda em seu livro sobre as mães borderlines. Tal transtorno é tão preocupante porque “a influência direta e intensa que os sintomas exercem na dinâmica familiar e na formação da personalidade dos filhos.”
Logo, os filhos podem passar a reproduzir os mesmos comportamentos de suas mães. Desse modo, segundo a autora, os comportamentos das mães podem variar bastante. Sendo que são semelhantes às carecterísticas desse transtorno que já apresentamos. Contudo, Ana Beatriz enfatiza os 4 principais tipos de mãe borderlines:
1. Vitimizada ou sofredora
Se coloca no papel de eterna sofredora. Por isso, manipulam as pessoas ao redor. Contudo, o histórico desse tipo de mãe é marcado, em geral, por maus-tratos e abusos. Logo, espera que o marido e os filhos tomem conta dela e façam tudo por ela.
2. Mentes que amam demais: medrosa ou controladora
Tem medo da rejeição ou abandono dos filhos. Então, passam a imagem de que o mundo é muito mais assustador do que realmente é. Por isso, são superprotetoras.
3. Rainha ou autoritária
Costuma ser vaidosa e egoísta. Por isso, demanda toda a atenção que puder atrair. Além de intimidar os outros com seu jeito arrogante. Ainda, espera que o filho se espelhe nela e que siga suas orientações. Logo, vivem em constante estresse pelas melhores performances.
4. Malvada
Essa mãe tem a raiva aniquiladora e perversa como principal sentimento. Desse modo, segundo Ana Beatriz, “a mãe malvada tem a habilidade de detectar as áreas de vulnerabilidade das pessoas, é extremamente punitiva e sadicamente controladora com seus filhos.”
Considerações finais sobre Mentes que amam demais
Nesse artigo, mostramos 6 lições do livro Mentes que amam demais. Essa obra traz diversos ensinamentos para identificar e lidar com o transtorno de personalidade borderline. Por isso, para te auxiliar nessa jornada, faça nosso curso de Constelação Familiar. Assim, você terá as ferramentas necessárias para transformar seus relacionamentos ao seu redor.