Quem assistiu a TV aberta entre 2001 e 2014 dificilmente não assistiu também A Grande Família. Afinal, quem não gostava de rir das aventuras de uma família que parecia tanto com a nossa?
Essa era a grande graça da série: as semelhanças que encontrávamos. Claro que não era uma cópia fiel, mas muitas situações eram reconhecíveis. Assim sendo, é disso que falaremos por aqui hoje.
Vamos analisar a história da série de maneira geral e depois falaremos um pouco de cada personagem! Confira!
A Grande Família
Inauguração
Vamos começar situando essa série brasileira. Ela foi exibida pela Rede Globo entre 2001 e 2014, com estreia no dia 29 de março de 2001. Porém, ela não é uma série totalmente original. Você sabia disso? Trata-se de uma reinterpretação contemporânea da série original, também produzida pela Rede Globo, mas entre 1972 e 1975. Se você não chegou a assistir, provavelmente seus pais se lembram dessa primeira versão!
Tendo isso em vista, os personagens foram atualizados e incorporados à realidade atual. De outro modo, a identificação não seria tão efetiva.
Personagens
Além desses personagens centrais que ganharam uma nova roupagem, outros personagens foram incorporados à história. Consequentemente, a série deixou de focar apenas na família e assumiu questões mais amplas.
Enredo
Em relação a trama, a história mostra os prazeres e desprazeres da família Silva. Seus membros são uma família de classe-média brasileira, moradora de um subúrbio na Zona Norte do Rio de Janeiro. O patriarca é Lineu Silva, um fiscal sanitário politicamente certinho e responsável. Sua esposa e a grande mulher da história é Nenê (Irene), uma exemplar dona de casa.
O casal tem dois filhos: Bebel (Maria Isabel), que é casada com o empresário taxista, Agostinho Carrara; e Tuco (Artur), um ator. Do relacionamento de Bebel e Agostinho nasceu o Floriano, personagem esse que puxa a malandragem do pai.
Dentre os personagens secundários há alguns que se destacam, como por exemplo: Beiçola (Abelardo), dono de uma pastelaria; Paulão (Paulo Wilson), mecânico amigo e funcionário do Agostinho; e Marilda, melhor amiga de Nenê.
O núcleo familiar de A Grande Família
Na história, fica nítido como as experiências vividas no núcleo familiar influenciam em nossos comportamentos. Como veremos na análise dos personagens mais abaixo, o comportamento de um pai pode refletir em um filho. Dessa forma, um valor aprendido e internalizado é mantido mesmo na dificuldade.
Como toda a série longa, em cada capítulo há uma tensão a se desdobrar. Ou seja, há um novo obstáculo a superar. Porém, a família é sempre entendida como o tema principal, inclusive no tocante aos enredos que dão mais atenção às vidas dos agregados.
Assim, a série nos ensina que nenhuma família é perfeita, mas que toda família molda seus membros. Dito isso, passaremos agora à análise de alguns personagens.
Floriano (Rogério Cardoso)
Floriano era o pai de Nenê. Na série, foi interpretado até 2003, ano em que Rogério Cardoso faleceu. Ele era um ponto importante na série, pois era o sogro do personagem principal, que também tinha um genro. Dessa forma, era interessante ver como as relações se estabeleciam com diferentes indivíduos e gerações.
Além disso, ele era um forte elo da Nenê com sua ancestralidade. Ademais, ele representava bem as questões de ser uma pessoa idosa e a saudade de sua companheira.
Lineu (Marco Nanini)
Como dissemos, Lineu é a representação do homem certinho e profissional. Porém, mesmo assim, ele precisa enfrentar tudo que abomina. Afinal, sua filha mimada casa com um pilantra. Além disso, seu filho Tuco, no começo da história, é a personificação do filho folgado e que nada quer com a vida.
Tanto dentro da família, quanto no emprego, Lineu passa por situações complicadas. Ele acaba errando em algumas situações, em outras quer desistir e até chega a querer matar alguém. Contudo, fica claro como ele representa a imagem do pai que luta para dar o melhor para aqueles que ama. No enredo se vê claramente que ele busca passar os seus valores para a família. No entanto, para isso, é muito rígido e, às vezes, incompreendido
Nenê (Marieta Severo)
Dona Nenê é o grande ponto de equilíbrio da família. No início da série, ela interpreta a mulher Amélia que cuida de casa enquanto o marido provém o sustento. Dentro dessa limitação, ela faz o seu melhor: é a mãe que educa, que mima e que repreende. Com o tempo, acaba sendo a avó que cuida e mima como todos esperam.
Apesar de ser uma representação clara do que se espera da dona de casa brasileira, a personagem vai crescendo com o tempo. É nítido como ela entende que o papel da mulher muda. Ela não se separa ou muda radicalmente, mas no final da série ela abre um negócio e prospera. Além disso, ela começa a se posicionar mais, porém sem nunca deixa seus valores de lado.
Bebel (Guta Stresser)
Bebel, filha de Lineu e Nenê, começa como uma personagem mimada e totalmente dependente do seu marido. No decorrer da história, as coisas mudam de modo que Bebel assume um papel de mulher empreendedora. Assim, aprende a dizer não e a defender suas posições. Mesmo sendo louca por Agostinho, a dinâmica do casamento acaba mudando.
Tuco (Lúcio Mauro Filho)
Tuco é um belo adolescente no começo. Não liga para estudos, só quer sair e namorar. Com o passar dos anos, acaba tendo relacionamentos sérios e entende que se quer algo, precisa lutar por isso. Ele nunca deixa de ser o menino grande, mas começa a assumir responsabilidades.
Agostinho (Pedro Cardoso)
Agostinho, marido de Bebel, é o típico malandro. Faz de tudo para se dar bem e tem loucura por enriquecer. Na série ele não pensa duas vezes em dar o golpe em quem seja. Acaba abrindo uma cooperativa de táxi com Bebel, mas, mesmo assim, não deixa os golpes de lado. Além disso, vive uma eterna tensão com o Lineu.
Floriano Carrara (Vinicius Moreno)
Floriano é o filho de Bebel e Agostinho. Mesmo tendo referências dos avós e do tio, sua personalidade é semelhante à do pai. Esse é um tema recorrente em seções de Constelação, justamente por ficar nítido o quanto as pessoas herdam traços característicos de seus antecessores. Floriano Carrara é a retratação de alguém que, desde pequeno, recorre à malandragem para conseguir o que quer.
Marilda (Andréa Beltrão)
Marilda é a melhor amiga de Nenê e vive em busca de um amor. Mesmo ela sendo independente financeiramente, ela sente um vazio por estar sozinha. Para o final da série ela casa com um milionário e deixa ser salão para Nenê.
Paulão (Evandro Mesquita)
Paulão é o verdadeiro quebra-galho. É apaixonado por Marilda e apronta muitas confusões. É interessante ver como a influência de seu objeto de desejo o ajuda a mudar. Inclusive, ele reconhece que a falta de estudos é um déficit em sua vida. Ele também sabe o quando mudar exige esforço.
Além disso, Paulão claramente é reflexo de suas companhias. Dessa forma, ele acreditou que ser malandro traz resultados e, mesmo sabendo que errado, faz algumas falcatruas. Dessa forma, podemos ver como a família e nossos amigos influencias nossos comportamentos.
Beiçola (Marcos Oliveira)
Esse é um personagem curioso. Ele tem uma paixão reprimida (ou nem tanto) pela Nenê. Além disso, ele tem traumas advindo da relação com a mãe e a morte dessa. Inclusive, o relacionamento entre o personagem Beiçola e sua “mãe”, é baseado no personagem Norman Bates do filme Psycho.
É muito interessante ver como esse personagem é desenvolvido. Trata-se de um solteirão amargurado que não tem a quem pedir socorro. Mesmo parecendo um personagem chato e raso, a sua psique é muito complexa para quem se interessa pela mente humana.
Conclusão
A Grande Família é uma grande obra para entendermos como as famílias funcionam. Claro que há excessos, mas em tudo podemos rir e aprender. A própria adaptação da obra para os tempos atuais por si só já é muito interessante, dado que as dinâmicas familiares mudam o tempo inteiro. Porém, se não tiver tempo para assistir a versão original, pode enxergar como o passar do tempo interfere na perspectiva dos personagens desta série.
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