Constelação FamiliarDepoimento

Saber agradecer a mãe e o pai

saber agradecer pais constelação familiar

Poucas coisas são mais importantes do que saber agradecer, especialmente quando este gesto serve para agradecer a mãe ou ao pai. Além disso, é muito importante que nós saibamos a importância de termos nossos pais conosco, e saber valorizar isso. Por isso, hoje, quero trazer um depoimento sobre a importância do reconhecimento e da gratidão aos pais.

A visão sobre agradecer a mãe e o pai antes do curso de Constelação Familiar e Sistêmica

Depois que comecei a fazer o Curso de Formação em Constelação Sistêmica, do Instituto Constelação Clínica, mudou totalmente minha visão sobre a família. Isso atingiu a minha história e a trajetória de meus pais.

Então, passei a ver o quanto a forma de convivência com nossos pais afeta todos os fatos da nossa vida. Isto é, mesmo depois que nos tornamos adultos. Isso porque nós somos moldados por eles, mesmo que sem querer. Adquirimos manias, herdamos pensamentos e, muitas vezes, emaranhados familiares.

Saiba mais…

Antes de começar o Curso de Constelação Familiar e Sistêmica, eu tinha uma visão não muito positiva sobre agradecer a mãe e ao pai. Eu até os julgava infantis pelas atitudes que tinham em relação aos comportamentos de ambas as partes.

Tinha, em alguns momentos, até vergonha de levar colegas meus em casa e de apresentar meus pais a outras pessoas.

Por outro lado, eu ainda considerava que o relacionamento deles estava bom. Mas, na verdade, hoje vejo os erros, omissões e intromissões que tomei na forma de interpretá-los.

O crescimento longe dos pais

Meus pais tiveram uma infância pobre, com muitos irmãos e foram criados, em alguns momentos, longe de um dos pais. Cresceram parte da vida na área rural e a outra em cidades super desenvolvidas, como Brasília e São Paulo. Por isso, tiveram pouca escolaridade e uma educação bastante rígida dos pais deles, meus avós.

Meu pai, em alguns momentos, ficou longe do pai dele, meu avô, pois o mesmo vivia viajando e trabalhava fazendo rede de pescar e como pedreiro. Eram muitos irmãos e irmãs.

Eles trabalhavam na lavoura e as mulheres cuidavam dos afazeres domésticos. Com isso, sempre andavam com roupas passadas. Além disso, ele estudou até a 4ª série, na época da palmatória.

Uma fatalidade

Meu pai me contou que perdeu um irmão quando era criança. Seus irmãos iam caçar e numa dessas caçadas, um dos irmãos dele, meu tio atravessou o arame da cerca da fazenda. E ele disparou sua própria arma, atingindo ele mesmo.

Ou seja, aconteceu uma fatalidade.

Ele não gosta de falar desse assunto, por isso, não sei se ele estava no local na época do ocorrido e nem sei que idade ele tinha. Assim, acredito que parte do comportamento infantil e tímido de meu pai tenha a ver com este fato da infância dele. Meu pai pode ter assumido para si a dor desse irmão. Talvez essa dor fosse inconsciente.

A bondade exacerbada

Já quando eu era nascida, outro comportamento que me intrigava do meu pai era uma mansidão. Era uma bondade demais para os outros, às vezes, parecia bobo dos outros.

    NÓS RETORNAMOS PARA VOCÊ




    Quero informações para me inscrever na Formação EAD em Constelação.

    Eu não achava isso normal, pois parecia que tinha um comportamento de pessoa especial. Entretanto, o que admiro no meu pai é o fato de ser opinioso, mesmo achando essa atitude, em alguns momentos, radical.

    Ele sempre trabalhou em lavouras, como pedreiro e educou muito bem meus irmãos e eu.

    O distanciamento de minha avó

    Minha mãe também é filha de uma família com muitos irmãos e irmãs. Por isso, foi criada mais com o pai, longe da mãe dela, minha avó, pois a mesma passou por momentos de depressão.

    Vovó deixou o meu avô e os filhos, irmãos de minha mãe, indo morar sozinha e, com isso, minha mãe contou que ela teve que trabalhar muito. Assim, ela levantava cedo e tinha que preparar as refeições para os mais velhos que trabalhavam em empresas, buscava alimentação para os animais, etc.

    Conheça mais…

    Além disso, ela vendia produtos da roça nas feiras, ou seja, tinha vida de adulto e nem escolarização podia desfrutar. Foi à escola em alguns anos, porém aprendeu somente assinar o próprio nome e as demais coisas que sabe foi na luta, no trabalho. Além disso, ela é vista pelos irmãos como a excluída, e isso é o que mais deixa ela triste.

    Ademais, acredito que parte dos comportamentos dela tem ligação com os fatos da infância dela. Alguns dessas características são ser/ querer:

    • brava;
    • deprimida;
    • revoltada;
    • trabalhadora demais;
    • ficar bem de vida financeiramente;
    • durona.

    Sintomas de uma doença que não teve diagnóstico

    Minha mãe pode ter assumido para si a dor desses traumas. Talvez de maneira inconsciente e até tenha desejado trabalhar dia e noite, como o pai dela, para conseguir se reerguer. Na época da guerra, os pais dela, que tinham uma vida financeira estável, perderam tudo. Tiveram que mudar de Portugal para o Brasil.

    Mas, vendo pelos olhos de hoje, isso me sugere que a quantidade de irmãos não permitia aos pais de minha mãe uma atenção dedicada a cada filho.

    Depois que nasci, minha mãe sempre teve baixa autoestima, era muito brava e em alguns momentos demonstrava comportamentos de loucura. Ademais, tomava medicação para depressão, ou seja, apresentava alucinações que hoje vejo como comportamento de uma pessoa esquizofrênica. Por outro lado, nada foi diagnosticado.

    Em alguns momentos, saber agradecer a mãe e ao pai parecia uma coisa impossível com toda aquela situação

    Ainda assim, com tudo isso, casou-se, tem três filhos e educou-os muito bem para a vida. Assim, o que admiro em minha mãe é o fato de ela nunca desistir daquilo que ela quer. Custe o que custar, ela faz, através de muito trabalho. Também, sempre ajudou meu pai no trabalho com lavouras, pedreiro e em tudo.

    Sempre culpei meus pais por não ter me dado muita atenção. Por terem nos colocado cedo para trabalhar, por terem sido muito ausentes e não saberem demonstrar sentimentos. Além disso, na adolescência, era muito forte uma certa vergonha que eu sentia deles, pois eu achava meu ambiente familiar muito tenso. Havia reclamações entre meus pais que minavam o bom clima dentro de casa.

    Saber agradecer a mãe e o pai passou a ser parte dos meus hábitos

    Posso ainda destacar outras coisas responsáveis pelo clima ruim:

    • brigas conjugais;
    • descontrole emocional de minha mãe;
    • dificuldades financeiras etc.

    E após conhecer a Constelação Familiar, foi possível perceber que a secura com que foram criados deu a eles a base do que seria uma família.

    Sendo assim, é libertador para mim saber que eles fizeram o melhor que poderiam ter feito. Eram as bases que eles tinham e que usaram em minha criação.

    Hoje, sinto orgulho por saber agradecer o que eles foram.

    Os benefícios gerados por saber agradecer a mãe e o pai

    Há muita compreensão e reconhecimento. Foram os pais certos para mim, a família certa, do jeito que tinha que ser. E do jeito que foi, foi do jeito certo. Apesar de tudo, teve muito amor.

    Ao realizar este exercício, chorei muito. Senti muita tristeza, muita dor, sensação de abandono, foi muita emoção e reconhecimento. Vi com a Constelação Familiar e olhando para a trajetória deles, os sentimentos de:

    • Gratidão e Amor: eles se dedicaram a mim, da maneira como puderam e numa força extraordinária, magnífica, e é uma honra eu saber agradecer;
    • Reconhecimento por tudo o que fizeram, apesar das circunstâncias;
    • Perdão: aceitá-los, recebê-los, ou melhor, tomar os meus pais como eles são e todas as suas histórias com muito respeito e amor incondicional.

    Por fim…

    Fazer essa retrospectiva me fez ver que todo comportamento que eu não gostava em meus pais, eu estava repetindo-os sem perceber. Agora compreendo os motivos desses comportamentos e respeito-os amorosamente, além de eu saber agradecer.

    Com isso, estou me sentindo mais leve e que posso fazer diferente, sem julgamento e sem culpas.

    Sinto-me mais leve para aceitá-los como eles são. Entendo que a Lei da Hierarquia de Bert Hellinger não significa concordar em tudo com os valores e crenças de meus pais. Mas, sim, respeitá-los por me ter gerado a vida e por terem feito o que foi possível ser feito para eu ser a pessoa que sou hoje. Muita gratidão e amor!

    Considerações finais sobre agradecer a mãe e pai

    Você já se viu sem reconhecer os esforços dos seus pais e sem saber agradecer a importância deles na sua vida? Conte pra gente como foi a sua experiência e fique à vontade para nos enviar suas perguntas.

    O artigo foi escrito por Marcia Feitosa, exclusivamente para este blog Constelação Clínica. Por isso, te convidamos a inscrever-se no Curso de Constelação Familiar e Sistêmica, que é 100% online.

    Ao concluir a Formação, você estará apto(a) a exercer o ofício de Constelador(a) e ajudar as pessoas com os mais variados tipos de problemas. Além de adquirir autoconhecimento e melhorar seus relacionamentos e sua prosperidade. Por fim, você irá aprender a agradecer a mãe e ao pai.

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    17 − quinze =