A família patriarcal é aquela em que um homem e uma mulher se unem em matrimônio e geram descendentes. Neste modelo familiar, o homem é o chefe de família e se responsabiliza pela gestão das finanças e da família.
Muito se tem discutido sobre os aspectos negativos desse tipo de família. Sobre quais bases ele se fortaleceu? Será que existem famílias que funcionam bem seguindo essa estrutura?
Neste artigo, falamos sobre esse modelo familiar. Você aprenderá como funciona a versão mais clássica desse tipo de organização familiar, bem como outros tipos de família.
O que é “família patriarcal”? Entenda!
O significado de família patriarcal envolve muito mais que o casamento entre um homem e uma mulher no qual o homem assume a posição de chefe de família. A família patriarcal é uma verdadeira instituição na qual o detentor de boa parte do poder é o homem.
Por um lado, temos que a esposa desse chefe de família e seus filhos são protegidos pela responsabilidade de uma única pessoa. Essa proteção confere tranquilidade, estabilidade e a manutenção de um lar firme para todos os membros.
Porém, por outro lado, a concentração do poder sobre as decisões da família sobre os ombros de uma única pessoa pode ser extremamente cansativo para quem segura a carga e limitante para quem está sob essa autoridade.
Do cansaço e da rebeldia contra a autoridade nasce uma série de conflitos familiares, o que pode culminar no distanciamento entre filhos e pais, fora o divórcio.
Como funciona o modelo de família patriarcal clássico?
Antes de falarmos sobre os tipos de família patriarcal, que nem sempre envolvem apenas um núcleo familiar com uma esposa e alguns filhos, exploraremos o modelo clássico. Confira!
A família patriarcal é convencional
O modelo é clássico e tradicional. Nesse contexto, reconhece a figura masculina como aquela em quem se deposita a responsabilidade pelo cuidado da família e a autoridade para tomar decisões.
Esse modo de pensamento não é comum apenas ao cristianismo. Várias composições familiares em culturas distintas reconhecem a autoridade masculina como suprema na estrutura familiar. Nesse sentido, a família patriarcal é convencional.
A família patriarcal é hierarquizada
A família patriarcal segue uma hierarquia. O homem ocupa o papel de soberano nessa instituição, de modo que é a pessoa quem tem a última palavra em quaisquer decisões relacionadas à gestão da moral e das finanças do lar.
Em segundo lugar, vem a mulher. De modo geral, a matriarca da família é a responsável pela educação dos filhos e pela organização da casa. Em algumas famílias, essa mulher trabalha fora, mas continua responsável por atribuições domésticas.
No caso dos filhos, existe uma hierarquia entre o primogênito e os irmãos que nascem depois. Esse é um conceito observado desde a Bíblia Sagrada, em que a primogenitura garante direitos especiais.
A extensão da autoridade e a Constelação Familiar
Por muitas vezes, o homem continua influenciando ou interferindo na vida dos filhos mesmo depois que estes formam as próprias famílias.
Na Constelação Familiar, a hierarquia é um princípio do qual depende a harmonia do sistema familiar.
No entanto, nesse contexto, o conceito extrapola as fronteiras da masculinidade e traz uma nova perspectiva sobre o conceito do que é honrar quem ocupa as posições mais altas na hierarquia de uma família.
A família patriarcal é patrimonialista
Muitas famílias patriarcais se concentram na conquista de propriedades, principalmente na época do Brasil Colônia. Logo, a relação entre família e posses era muito íntima.
Por exemplo, naquela época, a família tradicional era a do senhor de engenho – um homem rico detentor de propriedades. Além de ter posses, fazia negócios e era influente.
Quem cuidava da sua casa era a senhora “sinhá”, também responsável pela educação dos filhos.
Nesse contexto, a extensão da família também envolvia os servos e escravos. Estes não tinham benefícios, mas eram da responsabilidade do pai de família também.
Tipos não convencionais de família patriarcal
Agora que você já conhece algumas características da família patriarcal clássica, confira dois tipos de família que se organizam seguindo alguns princípios desse modelo.
Família Reconstituída (pluriparental)
A família reconstituída é aquela em que um casal com filhos se separa e forma outras famílias.
Ainda que a família original se desfaça, isso não impede o homem de formar outra família em que ele continua exercendo um papel de proteção e autoridade.
O mesmo vale para a mulher. Mesmo separada, ela pode se unir a outro homem que assuma a responsabilidade de protegê-la e de ser o provedor da nova família.
Família Anaparental
Por outro lado, na família patriarcal, não há um vínculo entre pais e filhos, mas um vínculo familiar que une pessoas com diferentes relações. Por exemplo, há famílias formadas por avós e netos, tios e sobrinhos ou, ainda, uma mistura entre essas pessoas.
Nesse contexto, uma família anaparental pode ser patriarcal. Nesse caso, um homem assume a responsabilidade pelo cuidado dos demais familiares. Há uma relação evidente de dependência e a autoridade desse homem é respeitada.
Família patriarcal: Considerações Finais
A família patriarcal é um modelo de organização familiar que não é nem necessariamente bom nem necessariamente ruim. Há doutrinas religiosas, tradicionais e morais em que essa é a maneira correta de se organizar. Ademais, em contextos onde não há abusos, o combinado funciona bem e sem traumas para todos os envolvidos.
No entanto, nem sempre esse é o caso e as características desse modelo familiar impactam a todos negativamente. Os homens se sentem extremamente cobrados e pressionados, além de acreditarem que sua autoridade é pretexto para agir com violência. Mulheres se frustram profissionalmente e não se realizam como donas de casa. São inúmeras as consequências negativas, o que é digno de nota.
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One thought on “Família patriarcal: o que significa e como se compõe”
Interessante como as famílias vem se diversificando ao longo dos tempos.