Neste artigo, vamos falar sobre as diferenças entre a constelação familiar e psicanálise. Afinal, essas são duas técnicas terapêuticas importantes, mas que apresentam diferenças consideráveis. Consequentemente, é importante que você as conheça para poder entender qual melhor é a mais adequada para as suas necessidades.
Iremos começar este texto trazendo uma breve introdução sobre a constelação familiar e psicanálise.
Breve introdução sobre constelação familiar
A constelação familiar busca conhecer e analisar os padrões comportamentais de sistemas familiares. A partir dessa análise, se buscará relacionar doenças e problemas entre membros de um mesmo sistema. Ou seja, tanto o constelado quanto os seus familiares, mesmo os desconhecidos, podem ter passado pelas mesmas coisas.
Com isso, ocorre um rastreio de comportamentos nocivos que se arrastam por gerações mesmo que de forma inconsciente. Esses comportamentos, por sua vez, resultam em doenças e problemas na vida atual.
Assim, em posse do conhecimento e compreendimento da origem do que está fora de ordem, há a possibilidade de tratamento.
Bert Hellinger
Foi a busca dessa compreensão que o alemão Bert Hellinger criou o que conhecemos hoje como Constelação Familiar. O criador teve influência em várias técnicas terapêuticas, principalmente na análise de esculturas familiares.
Esta técnica, por sua vez, é da americana Virginia Satir. De acordo com ela, um estranho pode representar uma pessoa de uma família. Dessa forma, mesmo sem conhecimento, seria possível representar alguém na situação inquirida.
A partir disso, Bert, um apaixonado pelo teatro, começou a pensar na constelação familiar e a importância da dramatização. Afinal, a dramatização de um caso trazido pelo constelado possibilita uma visão ampla do problema. Consequentemente, a compreensão dá origem do mesmo.
Princípios da Constelação Familiar
Bert explica que a relação entre nossos problemas e nossa família se dá por causa de três princípios. Sendo que esses princípios norteiam nossas vidas e, consequentemente, influenciam nossos comportamentos e emoções. São eles:
- A necessidade de pertencer ao grupo ou clã;
- A necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber dentro dos relacionamentos;
- A necessidade de hierarquia dentro do grupo.
Esses princípios são como ordens que não podemos fugir. Isso porque eles influenciam todos os nossos relacionamentos, sejam amorosos, profissionais ou familiares. Quando estamos em harmonia com essas leis, vivemos em paz.
Inclusive, Bert Hellinger nomeou as ordens que originam desses princípios como “leis (ou ordens) do amor”. As leis não influenciam apenas na vida de uma pessoa, mas de todo o grupo relacionado a ela.
As leis do amor são:
A Lei do Pertencimento
Essa lei se refere a nossa necessidade básica de pertencer a uma família. Para a Constelação Familiar, esse é o nosso mais profundo desejo.
A Lei da Hierarquia
A hierarquia tem a ver com sucessão. Dessa forma, a lei de hierarquia que precisamos diz respeito a hierarquia do grupo em si. Ou seja, respeito e tomada de posição dos papeis familiares: avó sendo avó, mãe sendo mãe, filho sendo filho e etc.
A Ordem do Equilíbrio
Essa lei se refere a igualdade entre dar e receber dentro de algum relacionamento. Por exemplo, no âmbito profissional, você deve receber proporcionalmente ao que trabalha. Dentro do sistema familiar, você deve ter relações saudáveis, não explorando e nem sendo explorado.
Breve introdução sobre psicanálise
Neste tópico nós falaremos sobre a psicanálise apenas. No entanto, a seguir falaremos sobre as diferenças entre constelação familiar e psicanálise.
A psicanálise é um ramo clínico que se ocupa em explicar o funcionamento da mente humana. A partir das suas análises, a psicanálise busca ajudar no tratamento de distúrbios mentais e neuroses. Nesse contexto, o objeto de estudo da psicanálise centra-se na relação entre os desejos inconscientes e os comportamentos.
Ademais, é possível traçar relações com os sentimentos vividos pelas pessoas. Essa teoria também é chamada de “teoria da alma”.
Freud, Psicanálise e Terapias
O fundador da psicanálise é o conhecido neurologista austríaco Sigmund Freud (1856 – 1939), que também é conhecido psicanalista até hoje. E de acordo com ele, grande parte dos processos psíquicos da mente humana estão em estado de inconsciência. Esses, por sua vez, estão sendo dominados pelos desejos sexuais.
Inclusive, todos os desejos, lembranças e instintos reprimidos estariam “armazenados” no nosso inconsciente.
A psicanálise, através de métodos de associações, consegue analisar e encontrar os motivos das neuroses. Dessa forma, é preciso realizar consultas em que o paciente contará para o terapeuta seus problemas. Mediante aos relatos, interpretações e analogias, o terapeuta buscará compreender a origem dos problemas. E, além de explicar certos comportamentos peculiares dos pacientes, o psicanalista irá trabalhá-los.
Principais diferenças entre Constelação Familiar e Psicanálise
Como vimos, Constelação Familiar e psicanálise buscam analisar a origem de nossos problemas. As duas abordagens têm seus efeitos comprovados, porém, há métodos diferentes que são usados em cada terapia. Uma das maiores diferenças está, principalmente, no tempo necessário para a conclusão de cada tratamento. Por isso, é importante analisar qual a melhor se enquadra a você!
O caminho mais demorado
Entre Constelação Familiar e psicanálise, a terapia mais demorada é a psicanálise.
A demora do tratamento acontece pois o psicanalista precisa investigar o inconsciente do paciente. Ou seja, ele precisa ficar atento a linguagem completa da pessoa. Isso depende do relato contado; os sonhos contados; frases erradas ou com palavras erradas, movimento do corpo; sentimentos ou ações expressados ou oprimidos; silêncios.
Tudo é relevante durante uma consulta e o psicanalista precisa anotar e visitar todos esses dados. Em posse disso, o terapeuta irá analisar e questionar o cliente.
Além disso, não se trata só de analisar e questionar. É preciso um longo tratamento junto ao cliente para trabalhar as questões.
Um diagnóstico mais rápido
A constelação familiar possibilita um diagnostico mais rápido que a psicanálise. Além disso, essa terapia tem apresentado resultados tão bons quanto a psicanálise. Isso é possível pois, como vimos, a constelação familiar também busca ir no profundo do nosso inconsciente.
Ainda com relação a rapidez, uma sessão já permite a descoberta do problema, dado a revelação que a dramatização promove. Afinal, quando o constelado traz um problema, a cena que é representada permite que se contemple o problema de fora. Ou seja, a pessoa amplia sua visão e, consequentemente, entende mais rapidamente o que te afeta.
Esse conhecimento ajuda o constelado a agir de acordo com o que precisa. Se a pessoa percebe que precisa perdoar, ela consegue perdoar, pois sabe que aquilo a afeta. Por outro lado, se ela, por exemplo, compreende que uma situação provocou carência nela, vai poder trabalhar aquilo.
Ou seja, a constelação familiar permite que se tome ações de forma muito mais rápida. Diferentemente da psicanálise, aqui o paciente vê e analisa as situações. Ele é chamado a ir a fundo em sua própria inconsciente com a ajuda do terapeuta. Indo até lá, ele pode agir no agora.
Em posse disso, os clientes ficam muito mais leves e mudam suas posturas perante si e o mundo. Há uma harmonização em relação as leis do amor e a vida fica mais fluida e pacifica.
Comentários finais sobre Constelação Familiar e Psicanálise
Constelação Familiar e psicanálise são diferentes, mas igualmente eficazes e importantes. Por isso, é necessário olhar para si e para suas condições a fim de buscar a melhor técnica para lidar com a sua dor.
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Caso você esteja muito curioso sobre a técnica, tenha em mente que o início é imediato. Assim, não perca a oportunidade de aprofundar seu conhecimento de maneira remota e eficaz. Ademais, se gostou de aprender sobre Constelação Familiar e Psicanálise, compartilhe a informação contida aqui com alguém que vai curtir também!
One thought on “Constelação Familiar e Psicanálise: Principais diferenças”
Texto muito bom! Muito esclarecedor!