Na nossa sociedade, segundo Bauman, impera o conceito da modernidade líquida. Resumidamente, a sociedade líquida é composta por relações (pessoais ou outras) que fluem muito rapidamente. Ou seja, hoje nós podemos amar alguém e amanhã, não mais.
Mas, será que esse sentimento é de amor mesmo? Ou será que é apenas uma paixão momentânea, um gostar diferente? Você sabe qual a diferença entre amar e gostar? Não? Então descubra agora!
O que é amar e gostar?
Amar e gostar são coisas que se complementam, mas são diferentes. Por exemplo, no início de uma relação, nós podemos nos sentir perdidamente apaixonados pela pessoa por dias ou, até, semanas! Porém, com o passar desse período, essa sensação de paixão pode minguar e acabar. Não se preocupe, a paixão é realmente algo momentâneo.
Quando gostamos de alguém, nós não sentimos como se pudéssemos mover mundos e fundos pela pessoa, diferentemente de quando amamos. Além disso, gostar de alguém não nos faz esquecer do mundo e se transformar para melhorar a relação. Quando amamos, nós temos a certeza que a mudança será a melhor coisa para os dois, pelo bem da relação.
Apesar de serem diferentes, amar e gostar se complementam
Amar e gostar pode até ser um caminho a ser trilhado. Nós começamos uma relação sentindo, de início, um interesse físico ou intelectual. Com a convivência, passamos a gostar do jeito daquela pessoa e, a partir de um tempo de relação, o amor pode (ou não) chegar.
Ademais, amar e gostar não são completamente opostos, mesmo que um não leve necessariamente ao outro. A gente gosta do vizinho, por exemplo, acha ele legal, mas não necessariamente amamos esse vizinho. Ademais, como nada é eterno, hoje nós podemos gostar de alguém, mas amanhã, podemos passar a odiar por diversas questões.
Diferenças entre amar e gostar
Amar é ter sentimento verdadeiro e poder realizar tudo que queremos com a pessoa amada, sem deslizes e sem pensarmos no passado. Além disso, poder fazer com a pessoa o que gostaríamos que nos fosse feito. Isto é, pelo menos, o que fraternalmente falamos.
Isso não quer dizer que amar e gostar seja a mesma coisa. Mas é saber que o sentimento do amor requer renúncia e mudanças ao longo do tempo. Pois, em uma paixão que engloba o gostar, muitas vezes temos sentimentos que são passageiros.
Amar é liberdade…
Fazem-se besteiras, dizem-se besteiras, mas, no amor, temos o sentimento mais puro e mais conservador. Levando a liberdade de estar junto com a pessoa, vivenciar algo que está dentro de si e se colocar dentro de princípios que estão abarcados e que englobam o outro.
Saber amar é saber respeitar. É saber até onde vai a liberdade do outro e reconhecer erros e acertos dentro de um convívio leve e não intenso. Saber dividir, saber lidar com diferenças e saber fazer do outro a sua verdadeira companhia para vida toda.
O que a Constelação tem a dizer sobre o sentimento de amar e gostar?
Na Constelação Familiar, temos a situação de “honrar o outro” e saber lidar com o que o outro faz. Mas não é somente isso que essa lei abarca. As medidas do que o outro faz também são algo que nos cerca e, pelo menos, nos dá o que é de melhor. Pois se você ama alguém, só pode lhe dar o melhor e o restante não vale a pena.
Porque quem dá o de pior não sabe se valorizar, e é assoberbado diante de querer tudo para si e não saber lidar com quem está de seu lado para somar. No pertencimento, muitas são as causas de dizer que quem tem valor é quem vem antes. Porém, ninguém que ama pensa no passado. Quem ama vive seu presente construindo um amanhã, uma nova vida, um novo ser e uma nova forma de viver.
A Constelação Familiar se mantém presente
Poder lidar com a Constelação familiar é saber lidar com a forma livre de saber respeitar o outro dentro de um aparato que o equilíbrio traz. Isto é, reconhecer tudo como parte de si e do outro em uma forma de viver cada vez mais real e não imaginária.
Muitos falam que o conflito é necessário, mas quando falamos em respeito e amor, não se deve haver conflitos. Mas, sim, vivenciar o melhor para dar de si, e saber separar o “joio do trigo”. Ou seja, transformar-se com quem está do lado em uma pessoa melhor, pois estar com alguém é se colocar em novidades e, se a relação te transformar em alguém pior, é porque a pessoa não está te fazendo o bem, mas está roubando sua saúde e seu bem-estar.
As leis da Constelação para um bom relacionamento
A lei de equilíbrio nos dá a força motriz da transformação para que as diferenças sejam trabalhadas e a renúncia e aceitação sejam mais coerentes. Isso sabendo que o ser que está ao seu lado é, nada mais nada menos, que alguém que se escolheu viver por saber que era bom ou consciente de suas responsabilidades. Assim, para crescer em um verdadeiro relacionamento.
Visto que relacionar-se é muito fácil, o difícil é saber lidar com diferenças e preconceitos arraigados. Pois, muitas vezes, as palavras podem machucar. Ou, até mesmo, dizer o que é influenciado pelos outros machuca e tira a pessoa de seu melhor jeito de ser.
Ser pai, mãe, marido ou esposa requer trabalho, e não é uma forma imaginária/ilusória de poder viver sempre o melhor, mas fazer das dificuldades um pouco melhores para sair delas e transformar o que é desamor em amor verdadeiro. Com justiça e condições o suficiente para conviver com a diferença, pois se soubéssemos trabalhar somente as semelhanças, as diferenças não seriam meios de poder mudar e reconhecer que se amar e amar o outro é viver em paz, em harmonia e em equilíbrio.
Conclusão
Por fim, podemos concluir que amar e gostar não são completamente opostos e que podem ser parte de um processo. Entretanto, isso não é uma regra, já que um não leva necessariamente ao outro com o tempo.
Ademais, a Constelação Clínica pode ajudar nesse processo de amar e gostar e, assim, auxiliar no crescimento afetivo de uma relação.
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