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Família disfuncional: definição e formas de tratar

Qualquer família existente passa por problemas ao longo de sua história. Contudo, isso acaba virando uma rotina na vida dos familiares, de modo que a única realidade que conhecem é essa. Por isso, entenda mais sobre família disfuncional e como encontrar caminhos para ajudá-la.

O que é família disfuncional?

Família disfuncional é um grupo familiar onde conflitos, abusos e má conduta ocorrem com frequência. De tanto viverem imersos nessa realidade, os membros dela acabam se acomodando à situação. Graças a isso, as crianças crescem acreditando que conflito é algo comum, sem qualquer perspectiva de paz para o futuro. Sem acompanhamento, acabam repetindo quando adultos.

Esse tipo de família é resultado da relação de adultos codependentes. Não o bastante, os vícios também influenciam muito no comportamento dos familiares. A bebida e outras drogas, por exemplo, afetam toda a circulação da dinâmica familiar. De forma crescente e constante, em dado momento, acabam por atrapalhar uma conexão que deveria ser sadia.

Estudiosos apontam ainda que os transtornos mentais também influenciam bastante nesse quadro disfuncional. Sem um tratamento adequado, os sintomas acabam por atingir os demais membros. É como se os sintomas da doença contaminasse por osmose os demais. Como dito acima, isso acaba por perpetuar essa convivência venenosa.

Um olhar à verdade

Muitos acreditam que os pais de uma família disfuncional estão perto de um divórcio. De fato, isso acontece em muitos casos, mas não é regra. Isso porque o laço matrimonial é nutrido pelas falhas em comum dos pais. Sem que percebam, seus erros como adultos e genitores se complementam em equivalência, criando uma balança emocional negativa.

Não existe qualquer outro lugar para ir e permanecer. Entretanto, esse insight não indica que a situação familiar esteja em bons lençóis. A estrutura sensibilizada da família se fere ao menor sinal de estresse, como desemprego, doença ou uma mudança. Por conta desses e de outros fatores, os conflitos que já existiam afetam ainda mais as crianças.

As famílias disfuncionais não possuem um limite quanto ao campo financeiro, intelectual e social. Graças a isso, em décadas anteriores, a ideia desse tipo de família era repudiada por vários profissionais. Isso porque macularia a ideia da santidade do casamento, o que levaria ao divórcio, algo impensável à época. O “tratamento” era que os filhos obedecessem os pais e lidassem com a situação.

Características

Assim como uma doença comum, a família disfuncional apresenta uma série de sintomas. Isso inclui alguns universais, onde todos são afetados, bem como alguns específicos, variando de caso para caso. São o termômetro para avaliar como anda a ligação entre os membros da família, servindo de alerta ao menor sinal de problema. São eles:

Empatia seletiva

As brigas constantes entre a família acabam por afetar o seu lado empático. Enquanto um membro recebe todo o carinho de outra pessoa, esse mesmo indivíduo que dá mimos para um marginaliza outro ente familiar. Há uma espécie de empatia seletiva provocada pelas brigas, mas que também ajuda a fomentá-las.

Casais que não se separam

Ainda que seja bastante doloroso, muitos casais em conflito escolhem não se separar. Devido à acomodação do casamento, mesmo que esteja ruim, não conseguem encontrar uma saída mais fácil para resolverem o conflito. Quem mais sofre com a situação são os filhos. Em meio de tantas brigas, se tornam vítimas passivas dos conflitos dos pais.

Filhos que fazem de tudo para não irritar os pais

Isso acontece porque há outro membro mais rebelde, geralmente algum irmão, que provoca os pais constantemente. Dessa forma, o outro filho toma cuidado com qualquer atividade que faça. Há um medo constante em errar ou fazer algo diferente do que os pais gostariam. Todo esse trabalho visa diminuir qualquer confronto com os genitores.

Consequências aos filhos

Como dito linhas acima, as crianças são as principais afetadas pela família disfuncional. Com extrema sensibilidade, captam cada estímulo emitido pelos adultos, os absorvendo e reproduzindo. Isso acaba por moldar a sua personalidade e percepção sobre o mundo em que vivem. Como consequência, acabam por apresentar:

Dificuldades em se relacionar

Aqui podemos notar dois extremos: ou se tornam muito tímidas ou desenvolvem algum transtorno de personalidade. Independente do lado, construir uma boa relação com outra pessoa acaba se tornando um desafio a mais. Até que ele ou alguém intervenha, isso vai prejudicar a sua vida.

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    Repetições

    Sem um guia para lhe instruir, acaba repetindo os vícios dos pais. Infelizmente, alguns genitores terminam iniciando a criança nesse processo, oferecendo bebidas e cigarro. Estimuladas, aderem esse comportamento à sua vida, aumentando a dependência à medida em que crescem. Sem que percebam, se tornam cópias fiéis do pai ou da mãe.

    Dificuldades em serem crianças

    Uma criança imersa em um lar disfuncional demonstra dificuldades em ser brincalhona. Não há um espectro de luz familiar que a estimule a ser natural e feliz como toda criança deve ser. Além disso, acaba crescendo muito rápido ou é lenta demais. Isso termina por confundir algumas características, como o bom comportamento, mas na verdade significa que não sabem se cuidar.

    Como tratar

    A família disfuncional não é um problema de origem orgânica, mas, sim, de ordem psíquica. Portanto, o uso de remédios não trata das conexões mal-feitas. Contudo, eles valem quando um dos membros possui dependência química ou está em estado psicótico. A iniciativa também precisa vir dele, sendo fundamental ao sucesso do tratamento.

    A psicoterapia de origem psicanalítica costuma ser a saída mais viável a todos. Com a ajuda dela, é possível trabalhar cada aspecto da construção. Isso porque consegue remodelar a estrutura da família, expondo as origens e consequências do problema. É uma das formas mais eficazes de trabalhar a relação interpessoal entre os membros.

    E a Constelação? Pode ajudar?

    A família disfuncional é o retrato puro de que os membros estão errando na sua convivência. Agressões, desrespeito, pouco contato e até traumas são as consequências mais vistas e sentidas entre cada indivíduo. O pior de tudo é quando passam a serem trabalhadas nos menores, impregnando nas raízes sociais das crianças.

    Caso tenha se identificado no quadro acima, peço que procure por ajuda especializada. Nunca é tarde para tomar a iniciativa e reparar o relacionamento entre os membros da família. Ela é o seu legado aqui e precisa trabalhar para que seja algo bom. Lute pelo seu círculo familiar.

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    2 thoughts on “Família disfuncional: definição e formas de tratar

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