O que é depressão pós-parto? Quais as origens, sintomas e tratamentos? Para a Constelação Familiar, a experiência da gravidez que se finda e a trajetória familiar vivenciada pela mãe podem influenciar a maneira como a mulher vê a maternidade, o filho e a si mesma.
Depressão pós-parto: conceito, significado e causas
Durante a gravidez, é comum que a mulher tenha variações de humor devido a uma gama de hormônios que se fazem presentes no desenvolvimento do bebê. Porém, em alguns casos, depois do nascimento da criança, esse processo se intensifica ao ponto de incapacitá-la de exercer as funções mais simples do dia a dia.
A depressão pós-parto, um transtorno de ordem psicológica, que manifesta os seus sintomas um pouco antes ou após o nascimento do bebê (até 12 meses depois), pode trazer sérios problemas à saúde da mãe e do bebê, cuja a trajetória se inicia e e demanda proteção.
Ainda considerada um tabu na sociedade, a depressão pós-parto acomete, em média, 2 milhões de mulheres por ano. Ela é causada pelas mudanças hormonais, privação de sono e/ou problemas emocionais que ocorrem no período da gravidez.
Os sintomas da depressão pós-parto
Para o diagnóstico do problema, não é necessário nenhum tipo de exame laboratorial ou de imagem, podendo ser diagnosticado pela própria pessoa ou por pessoas próximas. Para isso é necessário que se conheça apenas os sintomas, tais como:
- sentimentos de inutilidade;
- perda do apetite;
- apatia;
- pensamentos que envolvam vontade de ferir-se ou ferir o bebê etc.
Em alguns casos, esses sintomas da depressão pós-parto podem aparecer até um ano depois do parto.
O risco do não desenvolvimento do vínculo entre mãe e bebê nessa difícil fase
Em razão dos próprios sintomas, há uma perda na qualidade de vida da mãe, do filho e das pessoas que se relacionam com eles. Há também o risco de maus tratos ao bebê, suicídio, risco de não desenvolver um vínculo seguro entre a mãe e o filho e etc.
Buscando ajuda médica
É de suma importância procurar um atendimento rapidamente após a suspeita desse quadro, pois quanto mais cedo dar início ao tratamento, melhor será a chance de uma melhora rápida e total. Os especialistas que podem diagnosticar uma depressão pós-parto são:
- Psicólogo;
- Psiquiatra;
- Endocrinologista;
- Ginecologista e Obstetra.
Tratamentos convencionais para a depressão pós-parto
Existem três formas de tratamento mais convencionais para esse caso:
- medicamentoso:é recomendado antidepressivos e, são, normalmente, utilizados durante pelo menos seis meses;
- psicoterápico: a terapia cognitivo-comportamental ajuda a tomar conta da maneira como a pessoa se sente e pensa;
- a reposição hormonal: pode ajudar a neutralizar a queda rápida nos níveis de estrogênio que acompanha o parto, aliviando os sintomas de depressão pós-parto em algumas mulheres.
Entretanto, ainda não é comprovado que a terapia hormonal possa prevenir ou tratar a depressão pós-parto. Tal como acontece com os antidepressivos, é importante pesar os riscos e benefícios potenciais do tratamento com terapia hormonal.
A constelação no tratamento da depressão pós-parto
Atualmente, a técnica de Constelação Familiar e Sistêmica vem ganhando espaço em diversas áreas e mostrando eficiência em casos de emaranhamento em algum sistema.
Para a teoria desta técnica, os conflitos emocionais, de relacionamentos e até dores, são resultado de confusões nos sistemas familiares, que ocorrem quando incorporamos em nossa vida o destino de outra pessoa viva ou que já viveu no passado.
O objetivo é que a cena criada durante uma constelação ajude o paciente a visualizar as origens dos conflitos e, assim, ele consiga encontrar as respostas aos problemas que causam conflitos.
A depressão pós-parto e os acontecimentos traumáticos do passado
Sendo assim, a técnica pode ser utilizada com muita eficiência e sem riscos potenciais para o caso de depressão pós-parto, identificando algum fato ou visão de mundo mal trabalhado na infância, que pode ter influenciado no aparecimento e desenvolvimento do problema.
Por exemplo, uma mulher diagnosticada com depressão pós-parto procura a Constelação Familiar e conta para o constelador que a mãe sofreu um aborto, devido a complicações durante a gestação.
Uma tentativa de compensar um dano sofrido
Neste caso, houve uma exclusão de um membro da família (a irmã). Dessa forma, existirá nesse grupo uma necessidade irresistível de compensação. Isso significa que a injustiça acometida na irmã, será sofrida, posteriormente, por alguém da família para que a ordem seja restaurada no grupo.
Neste caso, a paciente pode estar no processo de compensar o dano sofrido e, assim, não se sentir merecedora de ter um filho e/ou de gerar uma vida. Desta forma, a Constelação agiria trazendo luz a esses emaranhamentos, dando a oportunidade da paciente trazer esse processo para sua consciência e deixando de assumir para si a dor que ocorreu entre a mãe e a irmã.
Conclusão
Assim, a depressão pós-parto é tratada na Constelação Familiar e Sistêmica levando em conta todo o estado emocional em que a mãe pode estar. Esse transtorno decorre do emaranhamento e da tentativa de reequilibrar o sistema familiar, sofrendo no lugar de outro membro da família.
Assim, a depressão pós-parto passa a não ser mais um problema na relação da mãe com o bebê e com os outros familiares, envolve todo o sistema de pessoas.
Autora: Gabriela Carneiro, exclusivamente para o Curso Online de Formação em Constelação Familiar (inscreva-se).