A timidez possui suas implicações que podem por muitas vezes prejudicar o indivíduo em diversas situações do cotidiano. Mas você sabe o que é timidez e quais as melhores formas de superá-la?
No texto de hoje, você irá entender de que maneira é possível enfrentar a timidez. E ainda, como a Constelação pode auxiliar neste processo. Continue lendo e descubra tudo à respeito.
O que é timidez?
Muito se discute acerca da timidez. Isso porque ela é um traço da personalidade humana. Porém, pode ser caracterizada como uma condição ou uma doença? Há muitos estudos que se debruçam sobre o tema e uma coisa que não podemos dizer é que a timidez é uma doença. Não é!
Portanto, não podemos falar na busca pela cura da timidez. Mas sim a busca da cura dos sintomas através do entendimento e do enfrentamento. Uma vez que essa é uma condição característica de muitas pessoas em sua dinâmica relacional.
Por outro lado, a timidez é definida por alguns manuais de psiquiatria como uma condição complexa. Que abrange desde a sensação de desconforto até algum tipo de medo irracional, cujo controle não se tem e cuja causa não se encontra.
Além disso, a timidez acomete muitas pessoas quando se vêem diante de pessoas desconhecidas. Ou até mesmo diante daquelas que já conhecem, em certas situações de socialização. Sejam essas situações novas ou não, no âmbito familiar, acadêmico, profissional, ou afetivo, entre outros.
Características da Timidez
A timidez assume características e sensações que traduzem uma ansiedade social. Que pode então ser pautada pelo medo, fruto de uma reação física diante de novas experiências e situações.
É claro, podendo também variar de pessoa para pessoa. Desta forma tornando-se patológica, dependendo da intensidade dos sintomas que ela gera.
Outros autores enxergam a timidez como uma condição humana de sobrevivência social. Isso porque alguns dizem que ela está vinculada a um repertório escasso de habilidades sociais. Que por sua vez estaria relacionado com algumas reações do ser humano como apatia, inatividade, passividade e indecisão.
O que temos que considerar então no tocante ao grau de timidez é o nível de comprometimento e influência que essa condição tem sobre a vida cotidiana de cada pessoa.
Os bloqueios causados pela timidez
O sentimento de medo, que está presente na condição de timidez, não pode ser simplesmente deixado de lado ou ser administrado pela pessoa tímida.
O medo central na ansiedade social é o julgamento do outro e toda vez que se colocam diante de outras pessoas. E seja em qual circunstância for, todos estamos sujeitos ao julgamento alheio. O que muitas vezes, para a pessoa tímida, chega a ser uma ideia aterrorizante.
A timidez gera um bloqueio movido pelo medo desse julgamento. Além do isolamento, quando utilizado como estratégia, seja consciente ou inconscientemente. Até porque é como uma defesa à sobrevivência psíquica e acaba se tornando um refúgio, um esconderijo.
O que alivia a tensão e muitas vezes o sofrimento causado pela exposição aos medos e a esse cenário perturbador.
Características e sintomas da timidez
A evolução dos sintomas gerados por essa sensação de medo, quando falamos em timidez, em estágio avançado pode levar a fobia social. O que se enquadra no rol das neuroses, fruto do recalque e evitação de uma situação psíquica perturbadora diante de um conflito entre o ego e o meio, nesse caso.
Diferenças entre timidez e fobia Social
A grande diferença entre a timidez e a fobia social é o sofrimento que os sintomas gerados causa. Além da limitação de atuação do exercício de uma pessoa em seu papel na sociedade, seja ele qual for.
A fobia social, por sua vez, pode levar a um estado de melancolia. Tudo isso pelo isolamento e pelo pânico social, que podem levar à um quadro depressivo.
Terapeuticamente falando, vinculando essa condição à subjetividade do ser humano, é preciso aceitar a timidez. Além disso, entender que não é a timidez que tem que ser combatida. Mas sim o sintoma que ela causa superado.
As 6 dicas para superar a timidez?
Há muitas possibilidades para lidar com essas reações sentidas e sintomas gerados. Uma delas é se relacionar com os iguais. Ou seja, com pessoas tímidas.
1. Participe de Grupos Terapêuticos
Uma forma de se fazer isso pode ser recorrer aos grupos terapêuticos. Isso porque eles normalmente são conduzidos por psicólogos ou profissionais da área.
Nesses grupos, é dada aos participantes a condição de evoluir juntos. Tudo isso à medida em que se vêm com as mesmas dificuldades e semelhanças, permitindo que se ajudem mutuamente.
2. Use a Técnica de Respiração
A técnica de respiração ajuda muito a controlar a emoção e as respostas emitidas pelo corpo. Nesse momento é possível tirar a mente de um determinado ambiente ou situação pensando em cores, em momentos relaxantes distintos como na natureza.
Desta forma a sensação relaxante provocada na hora de um banho entre tantos outros, para poder reduzir o grau da ansiedade.
3. Procure novas Aprendizagens
Outra opção que pode ser válida é a aprendizagem de um novo idioma: que sabemos é uma grande barreira para as pessoas tímidas. Principalmente na hora de produzir oralmente, já que essa produção está totalmente relacionada à exposição do julgamento do outro, como já mencionado acima.
Mas nesse contexto de aprendizagem há estratégias riquíssimas que são usadas para transmitir mais segurança à pessoa tímida. Como por exemplo, assistir a filmes e reproduzir falas de pessoas famosas admiradas.
Na qual se reproduz as falas de algum personagem que admira, incorporando um outro papel nesse cenário, promovendo a oportunidade de exteriorização e exposição, que são comumente embarreirados pelos desagradáveis sintomas.
4. Entreter-se com coisas que lhe deem prazer
Da mesma maneira e até em um grau mais direto e profundo de acesso às emoções, temos a música. Isso porque ela também é uma ótima aliada nesse processo de alívio de tensão.
Ao cantar por exemplo, a pessoa coloca pra fora grande parte de seu conteúdo interno. Inclusive aquilo que incomoda ou que se quer dizer ao mundo. Além de ser outra maneira de incorporar um outro papel e ter mais segurança ao se expor.
Principalmente quando se canta músicas conhecidas e que já se tem certo domínio. Amenizando assim o risco de erro e eventual julgamento externo, ao contrário.
5. Fazer aulas de Teatro
Nessas duas últimas estratégias, tanto do novo idioma quanto da música, podemos fazer alusão a uma outra estratégia poderosíssima, recomendada como forma de tratamento para muitas pessoas tímidas: o teatro. Até porque ele viabiliza a oportunidade concreta de se assumir um personagem ou vários.
Desta forma o teatro então culmina na percepção de que é possível falar e se expor como se fosse outra pessoa, sem medos, sem amarras, sem pudores. Essa viabilização, que alivia a tensão e minimiza os sintomas traz consigo a sensação de: eu posso, eu consigo.
6. Use a técnica da Exposição
Quando há um medo ou fobia, uma técnica muito recomendada por especialistas é a técnica da exposição. Não desmarque compromisso, enfrente as situações. Mesmo que na hora você fique ansioso(a), após o evento você terá orgulho de ter superado uma situação de timidez. Assim, você terá maiores chances de enfrentar melhor as situações futuras.
Enfrentando a timidez Através da Constelação
E é pensando no teatro e, em todas essas estratégias como possíveis ferramentas de amenização e alívio dos sintomas. Que vejo então a maior possibilidade de cura desses sintomas gerados pela timidez, por meio da técnica mais poderosa de todas: a Constelação!
Já que a Constelação é uma terapia de representação de papéis, com a diferença fundamental e mais significativa de todas: a acessibilidade ao self e a promoção da representação e execução do EU.
Na Constelação, o protagonista não é ninguém menos que a própria pessoa. E nesse cenário, a pessoa tímida pode gradativamente ir trabalhando esses sintomas em doses homeopáticas.
Até porque sabemos que muitas vezes o tímido repete os padrões de um dos pais ou um dos familiares. E essa é uma das características essenciais da técnica da terapia de constelação.
Atuação da constelação na timidez
Nos atendo à constelação, podemos considerar três formas de atuação e de representação desse EU que sofre com a timidez. A pessoa tímida pode apenas assistir a sua representação como a constelada que vê sua forma de se relacionar com os outros, com o mundo e com seus medos do lado de fora, como observador.
Em um segundo momento avançaria nessa quebra de padrões e reações gerados pelos sintomas da timidez.Desta forma fazendo parte dessa representação/constelação sem estar na própria figura da pessoa tímida constelada.
Mas atuaria com as demais pessoas que estivessem fazendo parte dessa constelação e num estágio mais evoluído e quebrando alguns paradigmas, assumiria – redundâncias a parte – o seu papel de si na própria constelação.
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Portanto com um sinal de evolução no tratamento, seria exatamente esse momento em que a pessoa constelada conseguisse atuar em seu próprio papel. Atuando assim em um estágio de enfrentamento, tendo os representantes da plateia atuando nas cenas de sua vida, com a pessoa tímida sendo ela mesma.
Saindo então do papel inicial de observador para o papel primordial do protagonismo dos próprios medos, ansiedades e resoluções.
Considerações finais
Em um contexto amplo, levando em conta todas as caraterísticas peculiares aos quadros de timidez. Sejam eles em que grau forem, independentemente de qual for a ferramenta, estratégia ou terapia aplicada, é preciso que se enfrente obstáculos reais para ajudar a superar os desafios da timidez.
O artigo presente foi escrito por Daniela Perfeito, exclusivamente para o blog do nosso Curso Constelação Clínica.