Bombardeados frequentemente pela ditadura do corpo perfeito, muitas pessoas entram em uma luta interna para se sentirem bonitas. Entretanto, esse movimento pode afrouxar algumas cordas e revelar falhas de contato entre pais e filhos. Sob a análise da Constelação familiar, entenda o que é bulimia e o que leva um indivíduo a seguir esse caminho.
O que é bulimia?
Bulimia é o ato de ingerir grandes quantidades de alimento, mas expeli-las logo em seguida. Essa expulsão do alimento geralmente se dá através de um vômito forçado. Contudo, a expulsão alimentar também pode ser feita através de laxantes, provocando disenteria, ou por exercícios físicos pesados e frequentes.
Segundo a Constelação familiar, há uma batalha interna no indivíduo onde ele está indeciso sobre viver ou morrer. Comer em excesso seria a forma de se prover. No entanto, o arrependimento e a culpa o puxam para a morte. Sem ter como verbalizar a sua angústia, um meio fácil e compreensível de fazer isso é por meio da comida.
O curioso é a incidência maior do fenômeno em mulheres, especialmente adolescentes. Graças a isso, associamos o problema com as transformações que esta passa na adolescência. Aqui seria o ponto onde toda desconexão familiar culmina, atingindo jovens confusos e bastante inexperientes na vida. Infelizmente, eles e elas sentem a angústia multiplicada por mil.
Causas segundo a Constelação familiar
O principal desencadeador da bulimia é a forma como o indivíduo se relaciona com a família. Ainda que distantes, o campo familiar os liga, atravessando muros, pessoas, cidades e o tempo. Assim, por mais que tente se afastar, a raiz do problema permanece ligada a ele. Graças à lei do pertencimento, não fugimos de berço onde nascemos e fomos criados.
Quando um dos pais afirma aos filhos que apenas ele pode ensinar e que o companheiro não presta, temos uma ruptura. A comida, por exemplo, se torna o objeto primário de disputa da criança. Certamente comerá porque tem fome e é leal à mãe, geralmente a provedora maior que provoca a situação. Contudo, também em lealdade ao pai, ela vomitará.
Dessa forma, da perspectiva da Constelação, ao comer o indivíduo diz a si mesmo “eu vou viver”. Contudo, as dificuldades internas o sufocam e, literalmente, expulsam a comida.
Quando isso acontece, diz enfraquecido “eu vou morrer”. Cabe ressaltar que o monólogo não é construído conscientemente, mas isso não impede que o campo familiar o registre.
Consequências
A pressão causada pela bulimia acaba por empurrar o indivíduo numa espiral de dor e sofrimento. Graças ao transtorno, sua existência indecisa entre o prover e ficar faminto desencadeia uma série de outros problemas. Além de lidar com a inexistência de equilíbrio alimentar, acaba por se definhar aos poucos. Como consequência, experimenta a:
Desnutrição
Há uma passagem da comida por seu corpo, mas não uma permanência. Em geral, um indivíduo bulímico procura expulsar a comida o quanto antes. Assim, como consequência, seu corpo não absorve os nutrientes necessários para se manter. Isso acaba por levá-lo a um quadro de desnutrição.
Saúde bucal
Os vômitos frequentes acabam por machucar todo o caminho que percorrem no corpo até a saída. Com isso, podemos notar dores na garganta, desgaste nos dentes, cáries, mordida mal feita… A tentativa de expulsar a comida acaba, no futuro, impedindo a entrada de novos alimentos. Dessa forma, o principal canal para ter uma saúde adequada é fechado aos poucos e dolorosamente.
Humor e depressão
Em geral, bulímicos não expõem o que sentem porque sabem que serão vigiados constantemente. Como consequência, acabam se isolando, mantendo um esforço para esconder o real problema. Seu humor se altera constantemente a cada contato, e a depressão é um campo iminente. As suas emoções se tornam um peso, o puxando para baixo.
Sintomas
O campo familiar acaba por levar o contato corrompido de um dos pais com o filho. Ainda criança, em fase de formação, pouco sabe como reagir às escolhas. Indeciso entre sobre se entregar ao pai ou à mãe, desconta na comida. Mesmo que não verbalize, ainda assim é possível ver os sintomas da bulimia, entre eles:
Esconder-se
Sendo um dos principais catalizadores do problema, o indivíduo procura fugir dos pais após as refeições. Isso porque precisa urgentemente se desfazer da angústia e da culpa que possuiu ao comer. Como se desfazer da comida é o caminho que conhece, a interferência dos pais acaba por gerando um desconforto maior. Idas ao banheiro ou saídas repentinas são mais comuns do que parecem.
Automutilação
Em determinado ponto, descontar na comida pouco resolve o sofrimento que está passando. Enquanto alguns se culpam, outros enxergam como forma de expulsar a sensação ruim. Ademais, independente da razão, indivíduos bulímicos recorrem à mutilação para expressar a dor interna. Podemos enxergar isso como uma tentativa de pôr fim à dor, mas a hesitação é o resquício de desejo pela vida.
Peso
Naturalmente, ganhamos uma certa quantidade de massa corporal anualmente. É um processo natural, já que nos alimentamos e passamos por alterações metabólicas frequentemente. Embora um bulímico coma em excesso às vezes, o seu peso permanece estranhamente, para outras pessoas, abaixo do normal.
Sistema gastrointestinal
Com recorrentes vômitos e diarreias, o corpo começa a dar sinais de fraqueza. Em especial o sistema gastrointestinal, visto que é o primeiro a ser afetado. É bastante comum os relatos de azia, má digestão dos alimentos e constipação. Por tanto provocar a expulsão do alimento, cria condições para que não seja processado corretamente.
Ajuda
Um indivíduo com bulimia deve entender que ele tem um problema e isso precisa de solução. A primeira coisa a ser feita é se abrir a quem o ama. Ao invés de continuar a rejeição projetada pela mãe ou pelo pai, deve criar um ambiente onde possa receber igualmente dos pais. Sendo assim, se tiver que escolher, precisa comer o que os dois oferecem de modo igual.
A compulsão por vomitar é um parasita difícil de combater, então ao menor sinal de que irá ceder, diga “eu viverei”. Sua vida está em risco e apenas você pode dar um novo começo para ela. Precisa querer estar bem, agregar o que lhe dão e também partilhar. Afinal, a família se apoia da forma que consegue e ninguém deve ficar só.
A bulimia se resume no desejo contínuo em se livrar da dor que possui. O desejo impulsionado pela rixa entre os pais se canaliza na sua vontade de estar vivo. Ao mesmo tempo, o condiciona a um desejo de acabar com tudo, negando a ponte que o nutre à vida.
A família deve ser o centro de apoio desde a sua mais primitiva criação. O berço dos indivíduos deve ser um canal por onde todo amor e o apoio familiar flui de forma igualitária. Isso inclui a nutrição, onde os filhos devem receber de forma justa a linha exata que unifica o trabalho do pai e da mãe. No entanto, independentemente disso, para uma dieta adequada deve-se consultar um nutricionista.
Além disso, a terapia sistêmica também indica um caminho para resgatar o comportamento normal.
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