Um dos grandes males do século XXI que vem atuando de forma quase silenciosa é a anorexia. Nutrindo-se então por conta de uma insegurança psíquica e drenando o corpo físico, a anorexia é uma doença séria. Por isso, se não for tratada a tempo, pode levar o indivíduo à morte.
Nesse sentido, preparamos este texto para que você possa entender um pouco melhor o que é a anorexia, o que pode causar esse distúrbio e ainda, de que maneira ela pode ser tratada. Continue a leitura e saiba como ajudar quem sofre desta doença.
O que é anorexia?
Arroz, feijão, lasanha, bife, bolo de chocolate… Você deve ter recordado de algum bom momento onde provou esses pratos e, com certeza, feliz, correto? Talvez agora até sinta vontade de comê-los novamente enquanto lê. No entanto, imagine agora alguém que sinta repulsa pela comida? Não porque não precise, mas porque está doente. Este é o caso de uma pessoa anoréxica.
Anorexia é um transtorno que se caracteriza por um desvio quanto à alimentação, gerando danos físicos e mentais graves ao indivíduo portador da doença. Fazendo com que o anoréxico tenha medo de ganhar peso.
Assim, ele se obriga realizar dietas e restrições que inibam o aumento calórico. Nesse contexto, vale de tudo. É possível consumir alimentos de baixo teor calórico por um grande período de tempo, ficar sem se alimentar ou até mesmo provocar vômito após as refeições ingeridas.
Saiba mais…
A pessoa com anorexia tem uma concepção corporal errada de si mesma. Para entender, faça um paralelo com o espelho do parque de diversões. Nesse, temos nossas feições distorcidas. No entanto, sabemos o que somos e que aquilo é apenas uma visão, uma brincadeira. Porém, o anoréxico enxerga aquilo como uma realidade e fará de tudo para mudá-la, mesmo que se machuque.
O que provoca a anorexia?
Segundo estudiosos, um dos principais fatores desencadeadores da anorexia é o padrão de beleza cultuado pela maioria da sociedade. Nesse contexto, um indivíduo com baixa autoestima precisa de um exemplo como guia, então ele irá buscar o que acha ser perfeito.
Infelizmente, as mídias sociais exercem forte influência sobre quem tem o distúrbio. Dessa forma, corpos trabalhados, associados ao padrão de vida e a adoração de muitos, se tornam um objetivo para quem está doente.
Ainda é estudado como fatores genéticos podem influenciar no desenvolvimento da doença. Testes realizados em Estocolmo com indivíduos que possuem o transtorno, foram comparados aos feitos em pessoas saudáveis.
O estudo conseguiu isolar um gene que estaria associado parcialmente com o distúrbio, dando mais um passo para o portador chegar mais perto da doença. Assim, a recorrência desse mesmo gene em irmãos indica a possibilidade de que o distúrbio possa agir de maneira hereditária.
Sintomas da anorexia
A anorexia, embora trabalhe de maneira silenciosa, possui alguns sintomas fáceis de identificar. Assim, deve-se estar atento à qualquer alteração que um ente possa apresentar, pois ele negará qualquer dificuldade.
Medo excessivo de ganhar peso:
Talvez seja o sintoma mais marcante da doença. O indivíduo com anorexia, ainda que abaixo do peso ideal, faz de tudo para que não haja aumento calórico no corpo. Assim, ele se submeterá a rigorosas dietas para que a massa corporal diminua.
Exercícios físicos exagerados:
Aliado a uma alimentação deficiente, o anoréxico buscará ajuda de extenuantes atividades físicas com frequência. Nesse contexto, quanto maior for a dificuldade do exercício, por mais tempo ele o manterá, mesmo com o corpo no limite.
Dietas severas:
Gradativamente, o anoréxico começa a restringir os alimentos que come. Desta forma, tirará primeiro os mais gordurosos e, a partir daí, começa um jogo de catar e contar calorias. Assim, o doente eliminará determinados grupos alimentares e tentará se manter com o mesmo tipo de alimento para evitar o ganho de peso. Há relatos de pacientes que ingeriam apenas um copo de suco por um longo período de tempo.
Vômitos forçados:
Alguns doentes, para evitar a pressão social, comem com relutância quando alguém oferece comida e não há como negar. Contudo, após comerem, alguns se recolhem até um ambiente mais calmo para provocar a expulsão daquela comida através do vômito. No entanto, provocado com frequência, o vômito pode afetar a saúde dos dentes, causando assim descalcificação e cárie.
Além disso, a bulimia pode causar uma desnutrição severa no corpo humano e levar a óbito.
Uso de remédios:
O uso indiscriminado de remédios para o tratamento de problemas corriqueiros servem como aliados perigosos à perda de peso. Assim, o doente se utiliza de diuréticos e laxantes, com a finalidade de provocar a evacuação dos alimentos através da urina e fezes. Nesse contexto, os remédios também são utilizados para inibir o apetite.
Autoimagem distorcida:
O portador da anorexia tem uma imagem muito equivocada e distorcida de si mesmo. Aqui o espelho perde sua função de refletir a realidade e passa a castigar o doente com uma imagem que não existe. Imagem esta que é projetada por sua mente.
Assim, mesmo com a estrutura corporal abaixo do ideal, o doente ainda se vê fora do “padrão”. Desta maneira, a balança também atua como um severo juiz, arbitrando e condenando as ações do indivíduo diante da comida.
Depressão:
Devido à baixa autoestima, a pessoa pode desenvolver um quadro de depressão. Ademais, a falta de tratamento e acompanhamento médico pode levar o paciente a comportamentos suicidas.
Aparência:
O sintoma mais claro da anorexia se encontra visualmente. Nesse contexto, o doente apresenta perda de gordura e massa corporal, além de desgaste muscular. Assim, a aparência cadavérica de uma pessoa que já era magra denuncia os maus tratos sofridos pelo corpo.
Tratamento da Anorexia
Se diagnosticada a tempo, é possível reverter totalmente o quadro do paciente com a doença. Será um período de grande esforço para o mesmo e para os familiares. No entanto, se permitir ser ajudado pode salvar a sua vida.
Ofereça apoio:
O primeiro passo é convencer o anoréxico de que ele está doente e que precisa de ajuda. Contudo, caso o doente se recuse a buscar tratamento, não desista. Faça-o entender os danos que a doença está provocando em sua vida e o acompanhe sempre. O apoio e o cuidado poderão ajudar a salvar a vida desse ente querido.
Ajuda médica:
Um profissional pode ajudar a contornar esse momento difícil. Assim, um tratamento acompanhado por nutricionistas e psicólogos ajudará a sanar os efeitos da doença no corpo e na mente. No entanto, o paciente precisa estar aberto ao tratamento para que tenha sucesso na cura. Novamente, nesse contexto, os familiares e amigos entram como elementos de apoio.
Planejamento quanto à alimentação:
Para repor as perdas causadas pela doença, os médicos indicarão um planejamento alimentar a ser seguido. Assim, esta medida gradualmente irá restaurar a saúde física do paciente. Em média, o ganho de até 1,4Kg por semana é considerado benéfico, dependendo do nível da doença e estado do paciente.
Evitar abusos nos exercícios físicos:
Do mesmo modo que ajudou a desencadear o problema, as atividades físicas podem ajudar na recuperação. Neste caso, aliadas a uma boa alimentação e tratamento psicológico contínuo, o indivíduo poderá manter um padrão de vida mais equilibrado.
Psicoterapias:
O objetivo é que o paciente altere a mecânica de pensamento quanto à saúde. Isso vai evitar pensamentos destrutivos quanto à alimentação e modo de vida, criando uma resiliência no indivíduo. Dessa forma, este passará a adotar meios seguros de se manter saudável.
Conclusão
O culto excessivo de uma imagem perfeita pode acarretar danos em nosso físico e nossa mente. Assim, precisamos entender o conceito de “limites” quanto à saúde, não abusando do nosso corpo para atingir metas impossíveis.
Precisamos entender também o conceito de “individualidade”. Não somos cópias. Carregamos nossas particularidades, aspectos e defeitos. Neste caso, temos que aceitar quem e o que somos e evitar ceder a um padrão imposto que só nos prejudica. Se você está ou conhece alguém nessa situação, entenda/faça-o entender que o bonito é ser único.
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One thought on “Anorexia: sintomas e tratamentos”
Penso que o texto deixou de abordar o transtorno sob a visão sistêmica…seria mais importante para nós.