Há muitos séculos a humanidade centraliza a sua espiritualidade através da sua cultura, incluindo por meio de objetos. Todo esse esforço visa à conexão com uma força espiritual superior, a fim de buscar clareza e evolução. Com a mandala não é diferente, então peço que continue a leitura e descubra porque o símbolo causa tanto fascínio.
O que é mandala?
Mandala é um desenho geométrico concêntrico que visa representar a relação entre o cosmo e o homem. A dinâmica do seu desenho se origina em seu centro, onde pequenos formatos geométricos compõem a figura. Mandala em sânscrito significa literalmente “círculo” e é usada como artifício para a meditação.
As mandalas são vistas como um caminho para se aproximar de um propósito, não sendo o objetivo em si. Como dito acima, ajudam um indivíduo a se concentrar em um objeto, sendo a sua forma a construção desse objetivo. Ainda que busque coisas semelhantes, a meta almejada varia dependendo da ótica em que é vista.
Além disso, é comum observar que alguns trabalhos mais demorados e que até levaram dias para serem feitos são destruídos após completados. Isso porque as mandalas também significam a brevidade das coisas na vida. Dessa forma, mesmo que os círculos carreguem uma composição simples através de suas cores gritantes, há bastante significado na sua criação.
Origem da mandala
Acredita-se que tenha se originado no Tibete, aproximadamente no século VIII. A religião budista sempre participou de grandes eventos e revelações à humanidade. Continuando esse caminho, utilizou desses desenhos para a centralização do seu desejo enquanto meditavam profundamente.
Após isso, as mandalas foram encontradas em outras regiões da Ásia, incluindo a China, Índia e Japão. Dessa forma, conseguiu expandir o seu vínculo com o budismo, fazendo parte também do taoísmo e do hinduísmo. Independente de onde se encontrava, os desenhos sempre mantiveram sua característica como algo sagrado. Yin e Yang são formas de mandala, representando o bem e mal.
Não o bastante, também foram encontrados registros de mandala no ocidente a partir do século 16. Religiosos atribuíam às mandalas uma passagem para cura e utilizaram suas formas na construção de templos religiosos. Retomando uma de suas premissas, as mandalas passaram a ser vistas como representações dos palácios de divindades, graças ao formato geométrico.
Princípios da mandala
A mandala carrega muito mais do que sua superfície mostra. Os encontros em suas formas e cores são uma mensagem ao universo. É um convite silencioso para uma comunhão entre o homem e a energia vital e existente desde os tempos imemoriais. Para entender melhor, avalie alguns princípios abaixo propostos pela mandala:
Integração
A maioria da população terrena é guiada basicamente pelo físico ou objetos. Hiper valorizamos os bens materiais, acreditando que são a única fonte de prazer real. Quando unimos o lado espiritual em nossas vidas, conseguimos uma visão mais madura da realidade. Integramos o nosso corpo com nossa mente para maior clareza do que é importante.
União
Através das mandalas, abrimos caminho para a unificação de nossa essência com as enviadas pelo universo. Por um momento, deixamos de ser apenas “Eu” e nos tornamos o todo. Essa união objetifica quem somos, o que queremos e aonde iremos com o passar do tempo.
Cura
Há muitos séculos, as religiões associam as mandalas a um processo de cura. O uso delas funciona como um imã às energias emitidas pelo universo. Graças a isso, conseguimos restabelecer nosso equilíbrio físico e mental. Quando acometidos por alguma enfermidade, podemos responder a isso de forma melhor.
Totalidade
Apenas com a consciência humana temos um domínio limitado do ambiente que nos cerca. Em geral, essa visão se limita unicamente ao físico. A totalidade nos permite ter uma compreensão melhor e maior da vida. Retribuímos essa plenitude de forma produtiva, participativa e evolutiva no mundo externo.
Aplicações da mandala
A mandala é bastante versátil quanto à aplicação. Em sua origem, os monges esculpiam as figuras em areia e até metal. Como dito linhas acima, quanto à areia, as figuras prontas eram imediatamente destruídas após a finalização.
Hoje, encontramos mandalas confeccionadas em discos de vinil, excelente alternativa ecológica. Além disso, os desenhos podem feitos em pedra, vitrais, acrílico, em camisas e até em miçangas. Mesmo com tantas alternativas, o uso do papel e das tintas permanece firme, trazendo as cores vibrantes com uma mensagem direta ao cosmo.
Benefícios da mandala
A mandala é um excelente exercício à centralidade. Contudo, ela carrega outros benefícios que ajudam na reconstrução de uma nova roupagem mental. Por debaixo de cada forma geométrica há uma chave para que nos tornemos algo melhor e maior. Veja alguns benefícios que a mandala pode trazer para você:
Serenidade e paz
As mandalas funcionam como uma espécie de meditação para quem as produz. Condensamos nossa atenção e pensamento a produção de uma imagem multilateral, o recado ao universo. Ainda durante a confecção, o processo nos dá calmaria e paz, algo de que precisamos bastante nesse mundo agitado e imediatista.
Atenção
A simetria proposta pelas mandalas só pode ser alcançada se prestarmos atenção ao trabalho. O trabalho é um convite para centralizarmos nosso foco a apenas uma coisa. Ainda que após o seu término, tomamos isso para outros aspectos da vida.
Equilíbrio
Confeccionar mandalas equilibra a energia despendida e recebida pelo nosso corpo. Somos provocados a demandar mais do que recebemos, o que se manifesta através de um desgaste natural. As mandalas são um caminho de via dupla, onde mandamos uma mensagem ao universo e permitimos que seu equilíbrio natural nos alcance.
Deixamos o “Eu”
Deixamos de ser unitários para fazer parte do coletivo. Nossos pensamentos encontram espaço com as energias que permeiam tudo aquilo que não tocamos. Assim sendo, somos emissores, mais também recebemos. Deixamos de apenas um para fazer parte de um grande canal cósmico.
As mandalas propõem um encontro entre nós com uma sabedoria mais elevada. Cada desenho, ainda que diferente, representa um canal para atrairmos tudo aquilo que precisamos. Aqui não vale unicamente o desejo, mas também o que vai caber a nós. Contudo, se não estamos prontos, ainda não será a hora de receber.
Contudo, a disposição para se empenhar na construção dos símbolos é bem recompensada. Ressalto que a mandala não é o objetivo em si, mas uma ponte que usamos para alcançá-lo. Bem construída e estruturada, certamente nos levará onde precisamos estar.
Considerações finais sobre mandalas
Já tentou se dedicar na construção das mandalas? A prática não requer treinamento específico, bastante apenas se desprender das obviedades do mundo. Inconscientemente, você mostrará pelas cores e formatos o que busca para si. Na internet há vários modelos para se inspirar ou, aos mais ousados, crie o seu próprio padrão daí mesmo.
Independente da forma, sua mensagem será bem encaminhada. Para saber mais sobre religiões, terapias alternativas e objetos como a mandala, temos uma sugestão. Que tal se matricular em um curso de Constelação Clínica 100% online? É uma boa alternativa para se inteirar melhor sobre como aprimorar seus relacionamentos, além de focar em si mesmo.