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Constelação Familiar e o Direito dos Animais

Direito dos animais

Você já leu sobre os animais na Constelação Familiar e Sistêmica? Sabe o que eles representam e como eles são vistos? Neste artigo, nós iremos abordar a questão do direito dos animais e a Constelação Familiar. Ficou curioso? Então continue a leitura para conferir!

Como nós vemos os animais?

Com o devido respeito, alguns textos sobre constelação, a meu ver, equivocam-se em colocar os animais como nossos protetores e a nossa disposição. Penso que é preciso libertar os animais, inclusive, do nosso sistema. 

Assim, imprimir uma responsabilidade aos animais sobre nossas dores e comportamentos repetitivos, é torná-los escravos da nossa vontade. Eles não foram feitos para isso, e eles merecem ter paz.

Animais de estimação não fazem parte do sistema familiar. Mas, muitas vezes, estão sendo tratados como membros da família e ocupam um lugar extremamente importante.

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Por isso, a experiência mostra que fazem parte do sistema de convivência e, às vezes, estão sendo “usados” para carregar o que pertence aos donos. E, mesmo somente sendo um animal, ele sente esse peso.

 Nas Constelações Familiares, especialmente na Europa, mostrou-se que os animais estão energeticamente conectados com os donos. E às vezes estão vistos como substitutos para os filhos ou um parceiro. 

Por conta disso, o dono se sente aliviado, mas isso pode provocar doenças no animal. Quando o dono se conscientiza que colocou uma função “em cima” do animal, que não tem nada ver com sua vida, ele devolve a energia para o animal, que consegue se recuperar. 

O olhar da Constelação Familiar sobre os pets

A constelação familiar trata não apenas de indivíduos, mas das relações entre eles, inclusive entre gerações. Mas muitas famílias são formadas não apenas por seres humanos, mas também por animais de estimação. O que diz a constelação familiar sobre os nossos bichinhos?

  • Qual é o lugar dos pets dentro da família?

O comportamento e a saúde dos nossos bichinhos podem nos sinalizar aspectos importantíssimos sobre a dinâmica familiar e até mesmo sobre a saúde dos membros da família. Mudanças bruscas nesses aspectos podem demonstrar algo mais profundo e mais sério, algo que precisa de um tratamento adequado.

  • É possível constelar animais de estimação?

Sim, é perfeitamente possível constelar animais. E os resultados são surpreendentes. Os pets são organismos vivos e plenamente conectados à família à qual pertencem.

Geralmente eles se conectam de forma mais intensa com um dos membros, podendo, inclusive, pegar para si dores e doenças de seu tutor ou tutora. É uma forma de demonstração não apenas de afeto, mas da profunda conexão que há entre eles.

  • E o que as constelações podem fazer por nós e pelos pets?

As constelações familiares podem nos mostrar caminhos que somos incapazes de enxergar sozinhos. Podem nos mostrar como melhorar individualmente e o que temos que fazer para que a dinâmica familiar, os desentendimentos e as doenças psíquicas e afetivas sejam resolvidos. É um instrumento para que alcancemos a plenitude.

Mas, como diz a famosa frase de John Donne, “nenhum homem é uma ilha”, então não há possibilidade de se alcançar a plenitude sozinho. Somos todos ligados, e, se nossa família inclui um pet, ele também está implicado em nossa história e em tudo aquilo que nos forma como indivíduos e como grupo.

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    Os animais são importantíssimos em nossas vidas e podem nos ensinar muitas lições valiosas, além de dar suporte emocional, fazer companhia e nos dar um exemplo de lealdade. Permita-se sentir e comprovar o poder de cura das constelações familiares, de explorar o desconhecido. Permita-se ser diferente!

    O direito dos animais

    Os animais, como seres sencientes, possuem seus próprios interesses. Eles têm interesse em não sentir dor, em buscar seu alimento, em criar relações familiares com sua própria espécie. Além disso, gostam de uma brincadeira específica, sentem vontades individuais e não se parecem um com o outro. Portanto, não devem ser tratados como mero objeto, ainda que objeto da nossa cura sistêmica.

    No ordenamento jurídico brasileiro, mais especificamente no Código Civil, os animais são tratados como semoventes, como propriedade do ser humano. Basicamente, dizer que o ser humano tem direito de propriedade sobre algo, significa dizer que se tem o direito de usar, gozar e dispor, conforme entenda e julgue necessário. 

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    Por isso, tanto se vê animais sendo maltratados, animais sendo postos no comércio, animais mortos para que sua pele e sua carne seja comercializada etc.

    Além disso, a Constituição Federal traz como preceito fundamental o Direito ao Meio Ambiente Equilibrado, consignando no seu art. 225º, que diz: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.”

    O direito dos animais para a Constelação Familiar

    Aqui, podemos traçar um paralelo direto com a Teoria de Hellinger. Começando pela lei da Ordem, ou seja, as presentes gerações precisam preservar o meio ambiente para que as próximas possam usufruir.

    Após ela, há a lei do Equilíbrio, na qual se vê a necessidade de viver em um meio ambiente equilibrado. Por fim, há a lei do Pertencimento, que, acrescento, abrange TODOS. Sendo que esse “todos” abrange também os animais não humanos.

    Ao reconhecer a existência desse campo que atua em nossas vidas, Bert Hellinger observou três leis que regem o sistema familiar e seus respectivos campos. São elas: a lei da Ordem, do Equilíbrio e do Pertencimento.

    lei da Ordem está ligada ao direito de precedência

    Assim, a lei da Ordem está ligada ao direito de precedência, em que aqueles que nascem antes tem autoridade sobre aqueles que nascem depois. Além dela, a lei do Equilíbrio está ligada ao dar e o tomar (ou receber) perante aqueles que fazem parte do sistema (exceto a relação entre pais e filhos). 

    E a terceira lei é a do Pertencimento, que determina que todos, sem exceção, possuem o direito de pertencer, independente do que fizeram ou como são. Aqui, incluem-se também os abortados e todos os excluídos.

    Conclusão

    Por outro lado, excluir os animais do sistema não seria de um todo prudente, afinal, pertencemos ao mesmo reino. Logo, biologicamente estamos muito mais propensos a sentir uma ressonância entre um e outro.

     Não obstante, eles podem, claro, ser uma representação. Por exemplo, quando representam os excluídos do sistema, aqueles que não tiveram amor incondicional. Como também reverberar num sistema futuro, caso sejam vítimas de maus tratos. Pensar unicamente que a função dos animais é equilibrar o nosso sistema, é deixar de pensar neles como indivíduos por si só, com seu valor próprio, seu interesse próprio.

    Portanto, devemos entender a singularidade de cada animal, e não permitir que eles sejam apenas “posses” dos seres humanos. Gostou do artigo? Descubra mais sobre a Constelação Familiar em nosso blog. Postamos textos novos todos os dias!

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